Cerca de 80 mil pessoas, conforme estimativa da Polícia Militar, participaram de um ato contra a presidente Dilma Rousseff (PT) em Curitiba na tarde deste domingo (15). A aglomeração, quarta maior do país, começou por volta das 14 horas, na praça Santos Andrade, centro da capital – em São Paulo, a PM estimou um milhão de manifestantes na Avenida Paulista e, em Vitória e Porto Alegre, as estimativas são de 100 mil.
Após o encontro na Santos Andrade, o grupo seguiu em marcha pela Avenida Marechal Deodoro até a Boca Maldita. Parte dos manifestantes, porém, não conseguiu chegar à rua XV de Novembro e manteve agrupamentos nas ruas do entorno.
TEMPO REAL :Milhares protestam contra governo Dilma em diversas capitais
Milhares de pessoas participam, desde a manhã deste domingo (15), de protestos em diversas cidades do país contra a corrupção e contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
Leia a matéria completaAs palavras de ordem que mais se repetiam entre os manifestantes faziam alusão ao pedido de impeachment da presidente. Gritos de “Fora, PT!” e “Fora, Dilma!” marcaram o protesto, enquanto as ruas centrais de Curitiba foram coloridas pelo verde e amarelo das roupas usadas por quase todos os manifestantes, que também carregavam bandeiras do Brasil, vuvuzelas, cornetas e cartazes.
Grupos já planejam novas manifestações para abril
Leia a matéria completaAlém dos pedidos pelo impeachment de Dilma, outras demandas estavam na ponta da língua daqueles que foram às ruas: redução da carga tributária, reforma política, investigação rigorosa das denúncias de corrupção e menos assistencialismo estatal. A insatisfação também recaiu sobre os poderes Legislativo e Judiciário devido aos parlamentares investigados na operação Lava Jato e outros episódios que repercutiram negativamente, como reajustes salariais e auxílio-moradia para políticos e juízes.
Centro tomado
Mesmo os que protestavam se mostravam surpresos com a quantidade de pessoas no local. A manifestação superou inclusive a mobilização do movimento Diretas Já, em 1984, na capital. Um dos carros de som era comandado pelo movimento Federalista, cujos partidários afirmavam que Dilma deveria renunciar em resposta à insatisfação popular. “Sabemos que o impeachment é muito difícil de conseguir, praticamente impossível, por isso queremos que ela jogue a toalha”, disse Hamilton Marques.
O movimento “Acorda Brasil”, organizado por empresários e profissionais liberais, também esteve presente. Eles querem o impeachment de Dilma. “Há base legal para isso. Se você sabe que roubam dinheiro público e não impede, você é parte. Isso é improbidade administrativa, motivo para impedimento”, explicou Percy Russ Tiemann, um dos líderes do movimento.
Outro carro de som era comandado por um movimento estudantil. Francisco Stryk, um dos organizadores do grupo, disse que a motivação do protesto era aproximar os jovens da política. “Queremos a melhoria do Brasil, principalmente da educação, que está abandonada. Só com os jovens na rua vamos conseguir isso”, concluiu.
O impeachment de Dilma, no entanto, não era unanimidade. Muitos manifestantes se declararam favoráveis à uma reforma política, mas disseram ter dúvidas sobre a cassação do mandato da presidente. O profissional de informática Adriano Lang era um deles. “Todo protesto é válido, mas não é válido passar por cima de meios democráticos, como a eleição”, declarou, enquanto colava cartazes pela XV de Novembro com os dizeres: “Voto na Dilma também no terceiro turno!”
Lula estreita laços, mas evita principal projeto da China; ideia é não melindrar os EUA
Congresso frustra tentativa do governo de obter maior controle sobre orçamento em PL das Emendas
A postura “lacradora” do Carrefour na França e a reação do agro brasileiro
Haddad diz que fechou pacote de corte de gastos em “reunião definitiva” com Lula