Curitiba voltou a registrar neste domingo (4) uma noite de vandalismo no terceiro protesto contra a posse do presidente Michel Temer (PMDB), realizada após o desfecho do impeachment de Dilma Rousseff (PT), no último dia 31. A sede do PMDB, na Avenida Vicente Machado, no bairro Batel, foi pichada, apedrejada e atingida por bombas. Também houve registros de ataques a um bar e a duas agências bancárias na região central da cidade.
Segundo estimativa da Polícia Militar, cerca de 500 pessoas participaram da manifestação deste domingo (4/9). Já a organização do ato estimou cerca de 5 mil manifestantes.
O grupo começou a concentração às 17h na Praça 19 de Dezembro e, no começo da noite, marchou em direção ao Batel. Até perto das 20 horas o protesto seguiu pacífico, quando os manifestantes decidiram ir até a sede do PMDB. Em frente ao imóvel, a maior parte do grupo pedia a saída de Temer enquanto alguns atacaram a sede peemedebista.
O secretário-geral do PMDB no Paraná, deputado federal João Arruda, classificou os ataques como lamentáveis. “É um vandalismo absurdo. Eu acho que não é coisa de petista. A militância do PT sabe que o [senador Roberto] Requião é contra o impeachment e é presidente do partido no estado”, afirma.
Arruda conjectura que partidos ligados à antiga oposição ao PT podem ser responsáveis pelo ataque. “Pessoas contrárias ao Partido dos Trabalhadores podem estrategicamente estar por trás desses atos. Os líderes do movimento sindical não incitariam esse tipo de coisa”, afirmou.
Poucos metros adiante da sede do PMDB, também na Avenida Vicente Machado, o grupo atirou pedras e quebrou uma vidraça de um bar onde estaria acontecendo uma festa em comemoração ao impeachment de Dilma Rousseff (PT). Clientes que estavam no local negaram que a festa era para celebrar o afastamento da petista. O ataque não feriu nenhum frequentador do estabelecimento.
Thiago Regis, estudante e um dos organizadores do ato, disse que o itinerário pelo Batel teve significado político. “Aqui está a elite de Curitiba, mas quem está aqui não é a elite, a gente queria mostrar que eles têm que nos ouvir”, disse Regis, antes da marcha começar.
Sobre os atos violentos, o grupo afirmou, em nota, “que vandalismo, depredação ou a forma correta e respeitosa: ações diretas, não são orientação do movimento.” Regis foi um dos que atuaram para conter as ações de vândalos no Batel.
A Polícia Militar não registrou prisões em flagrante e a Polícia Civil vai investigar o caso.
Outros atos
Na quinta-feira (1º), após o impeachment de Dilma Rousseff, uma manifestação pelas ruas de Curitiba já havia terminado em confusão. Manifestantes picharam ônibus e depredaram prédios, entre eles a sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e a Gazeta do Povo.
Ao fim da manifestação, o grupo convocou um novo ato para a próxima terça (6). Novamente com concentração na Praça 19 de Dezembro, o ato vai contar com a presença do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
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