Os manifestantes que há quatro dias ocupam a Câmara Legislativa do Distrito Federal comunicaram na manhã deste sábado (5) ao presidente da Casa, Cabo Patrício (PT), que não irão atender ao pedido de reintegração de posse expedido pela Justiça nesta sexta-feira (4). Segundo a assessoria do deputado, o petista deve se reunir com os demais integrantes da Mesa Diretora para decidir o que fazer diante do impasse.

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A decisão foi comunicada ao presidente da Casa durante reunião com representantes do movimento. Os manifestantes, que ocupam o plenário da Câmara desde quarta-feira (2), dizem que ficarão no local até a saída do governador do DF, José Roberto Arruda, do vice, Paulo Octávio (ambos do DEM), e de deputados distritais supostamente envolvidos no esquema de pagamento de propina a aliados do governo.

Segundo o Tribunal de Justiça, que concedeu a liminar, a decisão prevê execução imediata e não está descartado o uso de força policial para acabar com a ocupação.

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Em entrevista à imprensa, os manifestantes leram uma "nota de repúdio" ao presidente e à Mesa Diretora da Câmara. Segundo eles, o "movimento tem caráter pacífico" e que eles garantem o funcionamento da casa. De acordo com a nota, os manifestantes "permanecerão ocupando a casa do povo".

O pedido de reintegração foi feito em caráter liminar, para acelerar o processo de reintegração. De acordo com a presidência da Câmara, a Justiça vai definir a melhor forma de reintegração. Na quarta-feira Cabo Patrício havia dito que não permitiria a entrada da Polícia Militar no local.

Ocupação

Os estudantes ocupam a Câmara desde a última quarta-feira (2). Quando invadiram o Legislativo local, eles chegaram a quebrar portas de vidro e a derrubar um segurança da Casa. Na quinta-feira (3), após a sessão da Casa ser suspensa por falta de quórum, eles voltaram a ocupar o plenário.

Caso

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O escândalo do mensalão do DEM de Brasília começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, o governador José Roberto Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.

O escândalo atingiu ainda deputados da Câmara Distrital. O presidente da Casa, Leonardo Prudente (DEM), pediu licença de 60 dias do cargo na última terça-feira (1º). Vídeo gravado pelo ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa, que denunciou o suposto esquema, mostra Prudente guardando maços de dinheiro nos bolsos e nas meias.

Na segunda-feira (30), Prudente tentou se justificar. "Eu recebi o dinheiro e coloquei o mesmo nas minhas vestimentas em função da minha segurança. Eu não uso pasta". Ele disse que o dinheiro era "ajuda financeira não contabilizada" para a campanha de 2006.

Em outro vídeo gravado por Durval, deputados rezam abraçados com o ex-secretário. "Pai, eu quero te agradecer por estarmos aqui. Sabemos que nós somos falhos, somos imperfeitos", diz na gravação o deputado Rubens César Brunelli (PSC), corregedor da Câmara, que também pediu licença do cargo.

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