A onda de manifestações pela redução dos salários dos vereadores chegou a Curitiba. Um grupo de cidadãos organizado pela internet pede que os parlamentares reduzam seus salários em 90% -- hoje eles ganham pouco mais de R$ 15 mil, e, pela proposta, ganhariam R$ 1,5 mil. A fanpage no Facebook já tem 2 mil curtidas. No próximo dia 25, os manifestantes pretendem ir à Câmara Municipal para dialogar com os vereadores sobre a proposta.
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Leia a matéria completaSegundo o estudante Thiago Régis Ferraro, um dos líderes do grupo, a ideia é que um projeto seja apresentando reduzindo o salário dos parlamentares para a próxima legislatura, que começa em 2017 – a Lei Orgânica de Curitiba impede esse tipo de manobra para a legislatura vigente. A proposta inicial seria de subsídio de R$ 1,5 mil. Entretanto, ele afirma ser possível negociar com os vereadores um valor maior, mas acredita ser impossível algo acima dos R$ 5 mil.
Segundo Ferraro, há duas possibilidades para a apresentação do projeto. A primeira seria um projeto de iniciativa popular. O problema é que, pela legislação vigente, seria necessário coletar a assinatura de mais de 60 mil eleitores. Outra maneira seria que um vereador “adotasse” o projeto. Assim, no próximo dia 25, os manifestantes esperam convencer um vereador disposto a adotar essa medida.
A discussão sobre o subsídio dos vereadores terá que acontecer mais cedo ou mais tarde na Câmara. Pela Lei Orgânica, os vereadores precisam definir esse valor em lei até 60 dias antes das eleições municipais – ou seja, algo tem que ser votado até agosto de 2016. Normalmente, essa discussão ocorre um ano antes das eleições, até para que os parlamentares evitem desgastes em ano eleitoral.
No início da semana, a reportagem da Gazeta do Povo conversou com algumas das principais lideranças da Câmara. As opiniões estão divididas. Alguns, como o presidente Aílton Araújo (PSC), avaliam que as situações da Câmara de Curitiba e de cidades do interior em que manifestações desse tipo ocorreram – como Jacarezinho e Santo Antônio da Platina – são muito diferentes. Enquanto no interior os vereadores conseguem manter uma vida profissional paralela ao mandato, a vereança em Curitiba exige “dedicação exclusiva”.
O líder do prefeito, Paulo Salamuni (PV), ponderou também que uma parcela significativa de servidores da Câmara ganha salários acima dos R$ 15 mil. Por essa comparação, os salários não seriam exageradamente altos.
Já o líder da bancada “independente”, Valdemir Soares (PRB), avaliou ser possível um corte de cerca de R$ 5 mil – o que reduziria o salário para R$ 10 mil – em um “momento de austeridade”. Outros vereadores que foram contrários ao reajuste dos subsídios pela inflação podem tomar posição parecida.
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