Grupos pró e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram às ruas, em São Paulo, nesta sexta-feira (4) de manhã, depois que a Polícia Federal (PF) o conduziu coercitivamente para prestar depoimento em razão da deflagração de uma nova fase na Operação Lava Jato, a Aletheia. Pelo menos dois locais foram palco de confrontos entre os manifestantes, as ruas em torno do prédio onde moram Lula e a ex-primeira-dama, Marisa Letícia, em São Bernardo do Campo, e o Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, onde o ex-presidente e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, prestaram depoimento à PF.
No Aeroporto de Congonhas, os dois grupos saíram do lobby onde ficam os portões de embarque e se dirigiram para a frente de outro escritório da PF no local, onde Lula e Okamoto prestaram depoimento e saíram de carro. No caminho, os dois grupos se enfrentaram com socos e pontapés. Vários parlamentares petistas apareceram nas janelas do local acenando para a militância.
Em São Bernardo, cerca de 200 manifestantes ocupam a rua em frente ao prédio onde moram Lula e dona Marisa. Uma pessoa foi detida por agressão, segundo a Polícia Militar. Ao menos três vezes os policiais foram obrigados a conter os grupos e usaram gás de pimenta. Os xingamentos de ambos os lados são constantes. Carros passam perto do local fazendo buzinaço.
Na cidade, os dois grupos - contra e a favor - chegaram à Avenida Prestes Maia logo que foi divulgada a 24ª fase da Operação Lava-Jato. A Polícia Federal chegou ao prédio por volta das 6 da manhã em carros descaracterizados, que entraram pela garagem do edifício. Além de busca e apreensão na residência do petista, a PF levou Lula coercitivamente para prestar depoimento no Aeroporto de Congonhas.
A Polícia Militar e a Guarda Civil foram acionadas para conter a confusão entre os grupos e tentaram fazer uma barreira precárias com fitas e cordas. Por conta da movimentação, carros da PF e da Receita Federal que tentavam cumprir busca e apreensão no apartamento do petista tiveram dificuldade de passar.
O grupo ligado ao ex-presidente a todo momento entoa gritos de ordem como “Lula é o melhor presidente do Brasil”. Do outro lado, os contrários gritam “Cadeia”.
Tumulto em Congonhas
Em frente à delegacia da Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas, o movimento começou com curiosos. Depois, começaram a chegar manifestantes anti-Lula.
O ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP), absolvido pelo Supremo Tribunal Federal da acusação de lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão, discutiu com manifestantes no aeroporto. O bate-boca começou porque ele começou a defender o PT. Ele havia desembarcado de um voo vindo de Brasília, quando soube da nova fase da Operação Lava-Jato.
“Eu fui absolvido por 10 a 0. Mas sofri uma execração nacional como estão fazendo com o Lula. Estou voltando de Brasília e vi na internet que ele estaria aqui”, falou o ex-deputado.
Acesso ao prédio do Instituto Lula é fechado
O entorno do Instituto Lula foi fechado pela Polícia Militar para evitar a aproximação de manifestantes e curiosos. Em São Paulo, na Superintendência da Polícia Federal, que fica na Lapa, Zona Oeste, o atendimento ao público foi cancelado. Os portões estão fechados e quem tinha agendamento para tirar passaporte é orientado a remarcar. A mesma orientação vale para quem for retirar o documento.
Governo Lula cobra fatura de aliança com Lira nesta última semana do Legislativo
Lula busca ‘apoio VIP’ no exterior para impor censura aos críticos do governo; assista ao Sem Rodeios
PF busca mais indícios contra Braga Netto para implicar Bolsonaro em suposto golpe
Não é só nos EUA: drones sobrevoam base da Força Aérea americana e empresas estratégicas na Alemanha