O manobrista Luciano José da Silva, preso na noite desta quarta-feira e acusado de envolvimento no seqüestro do repórter Guilherme Portanova e do auxiliar técnico Alexandre Calado, funcionários da TV Globo, caiu em contradições e confessou ter recebido R$ 400 para roubar o Vectra usado no seqüestro. O carro foi roubado três dias antes do crime. No dia 9 de agosto, o manobrista pegou o carro com um cliente para estacionar e desapareceu.

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À polícia, o dono do estacionamento havia dito que o carro tinha sido levado por ladrões. Dois dias depois, a versão foi desmentida. Segundo a polícia, o assalto foi inventado para tentar dar um golpe no seguro e encobrir a verdadeira história. Silva trabalhava no local há apenas uma semana.

O manobrista, que teve a prisão temporária decretada, prestou depoimento durante quase toda a madrugada. Desde o roubo, ele não tinha há mais visto. Silva estava trabalhando em um estacionamento no bairro de Pinheiros, na zona oeste, quando foi reconhecido e preso.

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Levado para a Delegacia Anti-Seqüestro (DEAS, Silva contou primeiro que havia sido assaltado quando levava o carro para estacionar. Depois, mudou a versão. Informou que ele mesmo havia roubado o veículo e recebeu R$ 400 reais pelo serviço. Ele apontou duas pessoas que teriam participado da ação. Elas foram ouvidas e liberadas. O depoimento de Silva deve ser retomado nesta quinta-feira.

No sábado, quando a equipe da TV Globo era refém, o dono do estacionamento chegou a dar detalhes do assalto à polícia.

- O bandido disse para descer: "não olha para a minha cara e sai andando" - falou o dono do estacionamento.

Os dois funcionários da TV Globo foram seqüestrados quando tomavam café em uma padaria perto da emissora. Calado foi libertado 15 horas depois e trouxe uma gravação que deveria ser exibida pela emissora em rede nacional, exigência da quadrilha responsável pelos ataques terroristas a São Paulo. Depois de 24 horas da exibição do DVD, Portanova foi libertado na região do Morumbi.

São Paulo tem hoje dois seqüestros em andamento. Um comerciante de Alphaville está há cinco meses em poder de seqüestradores.

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