Escolhido como porta-voz da reunião ministerial de ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que os cortes no orçamento da União deste ano, estimados em até R$ 70 bilhões, só serão fechados em meados de fevereiro. Segundo ele, o contingenciamento vai abranger apenas o necessário para atingir a meta cheia de superávit primário de 3,1% do Produto Interno Bruto brasileiro, que equivale a aproximadamente R$ 140 bilhões. O superávit engloba todas as contas do setor público, composto pelo governo central (governo federal, Banco Central e INSS), governos estaduais, prefeituras e empresas estatais.
"Eu vi esse valor na imprensa [R$ 70 bilhões] e achei engraçado. Afinal, somos nós que definimos os cortes", disse. Mantega também afirmou que há muitos "chutes" sobre os cortes, mas evitou detalhar números. No ano passado, o governo cortou R$ 50 bilhões do orçamento.
Umas das poucas certezas citadas pelo ministro foram os cortes nas emendas parlamentares. Ele declarou que elas vão acontecer "sem sombra de dúvida", mesmo se tratando de um ano de eleições municipais. "Eles [parlamentares] colocam R$ 20 bilhões e já sabem que algo vai ser cortado."
Apesar das expectativas inclusive entre a equipe ministerial sobre o assunto, o ministro garantiu que o contingenciamento não esteve entre os temas centrais da reunião ministerial de ontem. "Falamos sobre o crescimento duradouro e sustentável do país", disse.
O governo deve fazer cortes para conter o aumento da inflação e, assim, poder baixar mais os juros e estimular a economia em um momento de crise econômica internacional.
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