O mapeamento das publicações em sites de notícias, blogs, e nas redes sociais Twitter e Facebook durante os protestos deste domingo (16) revelaram que, apesar de a presidente Dilma Rousseff continuar sendo a figura mais citada no ambiente virtual, houve uma forte diminuição nas menções a ela, enquanto aumentaram as referências ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que passou a ser um dos principais alvos das críticas.
Mapeamento feito pela empresa Bites Radar apontou que as menções negativas ao ex-presidente no Twitter chegaram a 44.335, ante 28.237 nos protestos de março.
Em 15 de março, data das primeiras manifestações de rua pró-impeachment deste ano, o nome de Lula apareceu em 28.237 posts no Twitter enquanto o de Dilma foi citado em 443.349 tweets, uma diferença de quase 16 vezes. Nesse domingo, o ex-presidente estava, até às 20h, presente em 44.335 posts contra 99.685 que citavam Dilma. Com isso, a diferença caiu para 2,2 vezes.
Para o diretor da empresa, Manoel Fernandes, o fato surpreendeu a equipe que já vinha fazendo o mapeamento desde antes do protesto. “Na própria quarta-feira percebemos que o volume de pessoas (nos protestos) ia ser menor e que haveria uma homogeneidade de agenda. A questão do Lula foi o fator surpresa de hoje”, disse.
Além do ex-presidente, outros personagens chamaram atenção no relatório divulgado pela Bites Radar. Entre os líderes da oposição, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi quem mais obteve apoio no Twitter com 17.096 preferências. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi mais falado nas redes sociais (4.484 vezes) do que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), citado 1.704 vezes.
“No total, os protestos e manifestações geraram 229 mil tweets no Brasil, 757 posts em blogs e 3.698 artigos em sites de notícia. Nesse último caso, os artigos representaram quase um terço de tudo que os jornalistas brasileiros publicaram nesse domingo”, segue o relatório.
Outro nome de destaque nos protestos, o juiz Sergio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, teve 12 mil posts positivos no Twitter. Para o diretor, esses números ajudam a compreender a correlação entre as manifestações nas ruas e na internet.
“Houve um foco muito forte, uma homogeneidade da discussão, de críticos do governo”, aponta o diretor, lembrando que as menções corroboram muitos fatos vistos nos protestos como o boneco inflável de Lula caracterizado como presidiário, levado ao gramado em frente ao Congresso, em Brasília, e as mensagens de apoio a Moro.