Além da Lava Jato, a Odebrecht também tem sido alvo de polêmicas devido à participação em obras no exterior com investimento do BNDES, como em Cuba.| Foto: /

Maior construtora da América Latina, a Odebrecht teve três executivos presos pela Polícia Federal nesta sexta-feira (19), incluindo o presidente Marcelo Odebrecht, pela operação Lava Jato, que investiga denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras.

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Obras

Abaixo estão algumas das principais obras das quais a Odebrecht participa:

Estados Unidos - Rodovia Grand Parkway no Texas - Pista de pouso no Aeroporto de Fort Lauderdale, na Flórida - Porto de Miami - Malha metroviária de Miami = México - Fábrica de etileno

Cuba - Porto Mariel - Reforma e ampliação do Aeroporto de Havana

Panamá - Expansão do Aeroporto Internacional de Tocumen - Saneamento de La Baía e da rodovia Santiago-Vighi - Linha 1 do metrô da Cidade do Panamá

Peru - Metrô de Lima - Central Hidrelétrica Chaglla

Venezuela - Aeroporto Internacional em Maiquetía - Linhas 4 e 5 do Metrô de Caracas

Angola - Hidrelétrica de Laúca

Moçambique - Instalação industrial da mina de carvão de Moatize - Conclusão de nova pista do Aeroporto Internacional Nacala

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Embora outros executivos de grandes construtoras, como OAS, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, também tenham sido presos ao longo da Lava Jato, as carceragens da Polícia Federal pelo Brasil, principalmente a de Curitiba, nunca receberam um preso tão poderoso. O baiano Marcelo Odebrecht é o oitavo bilionário mais rico do Brasil, com uma fortuna estimada em US$ 5,09 bilhões (R$ 14,71 bilhões), segundo a Forbes.

CEO da empresa desde 2008, Marcelo é da terceira geração de uma das mais importantes dinastias empresariais do Brasil. O conglomerado, que tem 15 braços de negócios e fechou 2014 com receita bruta de 107,7 bilhões de reais (uma alta anual de 20%), foi fundado em 1944, em Salvador (BA), por Norberto Odebrecht, avô de Marcelo, que comandou a companhia por quase meio século. Emílio Odebrecht, o pai, foi presidente entre 1991 e 2001.

Com 172 bilhões de reais em ativos, a Odebrecht se qualifica como quinto maior grupo privado do país. Opera em 21 países, incluindo Américas, África, Europa e Oriente Médio, com um total de 168 mil funcionários.

Polêmica

Além da Lava Jato, a Odebrecht também tem sido alvo de polêmicas devido à participação em obras no exterior com investimento do BNDES, como em Cuba. Com um bom relacionamento com o Palácio do Planalto, o executivo é próximo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A construtora, inclusive, pagou viagens de Lula para Cuba, República Dominicana e Estados Unidos, em janeiro de 2013. “Há uma grande conexão entre Lula e Marcelo Odebrecht e nós vemos o possível indiciamento (do presidente da Odebrecht) como um grande risco”, disse o analista Cameron Combs, do Eurasia Group.

Em nota à imprensa, a Odebrecht disse entender que “estes mandados são desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos, desde o início da operação Lava Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações”.

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Na tarde desta sexta-feira (19), os preços dos títulos de dívida da Odebrecht no exterior caíam e as ações da Braskem, petroquímica controlada pela Odebrecht, recuavam quase 9% na Bovespa.