Marcos Camacho, o Marcola, apontado como principal líder da facção criminosa responsável pela onda de violência em São Paulo, já tem uma sucessor. É Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, segundo o deputado federal Raul Jungmann, membro da CPI do Tráfico de Armas. Jungmann estava entre os deputados que tomaram o depoimento de Marcola nesta quinta-feira, no presídio de Presidente Bernardes, interior do estado.
- A facção está sofrendo com a competição de outras organizações criminosas e Marcola já enfrenta contestações internas, que visam derrubá-lo e até eliminá-lo. Mas a estrutura da facção é interessantíssima e Marcola já tem até sucessor, o Gegê do Mangue - afirma Jungmann.
De acordo com o deputado, quando seu depoimento estava marcado para o Fórum da Barra Funda, na zona oeste da capital, a polícia descobriu um plano da facção para realizar um atentado no próprio fórum, com o objetivo de incriminar Marcola. O atentado teria sido planejado por seus opositores.
- Era para jogar ainda mais peso sobre ele - afirma Jungmann.
Segundo Jungmann, Marcola é extremamente esperto e chegou a negar que seja a principal liderança da facção.
- Mas, na combinação de perguntas e respostas, ele cai em contradição e mostrou todo o seu poder - diz o deputado.
Durante o depoimento, Marcola confirmou a existência de um acordo com o governo do estado para terminar com a série de rebeliões em meados de maio. Segundo o deputado, o criminoso teria dito que o ex-secretário estadual da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, era negociador e, de repente, se tornou inflexível. Para a realização do acordo, entre as exigências estavam cobertores, melhoria da alimentação, visitas e também a suspensão do castigo em algumas unidades.
- A ordem para parar as rebeliões foi dada pelo celular da advogada Iracema Vasciaveo. Como ele (Marcola) não fala no celular, um outro preso, o LH, foi chamado para dar a ordem - diz Jungmann.
Para o deputado, ficou claro que os advogados são um importante meio de comunicação entre os membros da facção. Além da defesa dos presos, eles levariam recados para outras unidades e para outros condenados dentro da mesma unidade. Sobre o tráfico de armas, Marcola explicou que elas são contrabandeadas de países vizinhos, como Bolívia, Paraguai e Uruguai, juntamente com drogas.
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