O ex-ministro do Turismo Walfrido dos Mares Guia defendeu nesta segunda-feira (15) a forma como o governo federal tem agido nos recentes episódios de denúncias de corrupção, ressaltando que os agentes públicos que cometem irregularidades devem ser punidos. Ele criticou, porém, a maneira como foram expostos os suspeitos presos na Operação Voucher, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na semana passada com base em indícios de desvio de verbas do Ministério do Turismo.

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Mares Guia esteve na chefia da pasta durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Eu não uso a palavra faxina mas sou favorável a que quem está dentro do governo tem de estar atendo à conduta de todo mundo", afirmou. "E as pessoas que erram têm de ser cobradas", completou. O ex-ministro participa nesta segunda-feira de reunião que definirá a criação do Instituto Lula, na capital paulista.

O ex-ministro reconheceu que ficou "apreensivo" com a devassa no Ministério do Turismo, mas ponderou que se sentiu "confortado" ao avaliar que as instituições estão funcionando "em sua plenitude". "Quem é convidado a entrar na vida pública tem de ser responsável por tudo, pela sua conduta e pela conduta daqueles que estão ao seu lado", afirmou. "Se você identificar alguma coisa errada, é necessário agir." Ele observou que a ação policial foi motivada por uma ordem judicial. "Mas expor pessoas não é bom em nenhum lugar do mundo", criticou. "Se houve abuso na operação policial, está na hora de consertar", frisou. "O importante é que as instituições estão funcionando, mas a gente não pode deixar de cobrar comprometimento", completou.

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O ex-ministro contou que fará parte do conselho de administração do instituto, no qual Lula será o presidente de honra. Mares Guia antecipou que, além dele, outros ministros da administração do ex-presidente devem fazer parte do colegiado. O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Miguel Jorge também está entre os participantes da reunião. Ele lembrou que foi fundador do Instituto Fernando Henrique Cardoso e não descartou a hipótese de trabalhar na intermediação da nova entidade com o empresariado nacional. "Lula não me pediu nada ainda, mas eu faria sem problemas, como eu fiz, inclusive, com o Instituto Fernando Henrique Cardoso." Miguel Jorge afirmou que nos últimos meses tem entrado em contato com frequência com o ex-presidente petista.

A reunião desta segunda-feira foi promovida em um hotel. Ao todo, cerca de 40 pessoas participaram, entre elas membros do Instituto Cidadania, fundado nos anos 1990 e onde Lula despacha desde que deixou o Palácio do Planalto, no dia 1º de janeiro. O orçamento anual previsto para a nova entidade está entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão. O montante ainda é uma estimativa inicial, uma vez que o ex-presidente tem como objetivo buscar mais recursos por meio da iniciativa privada.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins; o presidente nacional do PT, Rui Falcão, entre outros, também foram ao encontro.