A candidata do PV à sucessão presidencial, Marina Silva, reclamou nesta quinta-feira (15) do uso da máquina pública pelo governo federal e pelos governos estaduais para favorecer candidatos às eleições deste ano. Em sabatina realizada pelo portal R7, a presidenciável cobrou ainda maior atuação da Justiça Eleitoral para frear esse tipo de irregularidade. "Acho que a Justiça Eleitoral, a sociedade civil, o Ministério Público e os próprios candidatos devem estar vigilantes no cumprimento da lei", afirmou a candidata. "(O uso da máquina) precisa ser freado pela Justiça Eleitoral, em São Paulo e no País."
A candidata do PV antecipou ainda que o PV estuda ingressar com representações na Justiça Eleitoral caso os candidatos continuem a serem favorecidos pela máquina. "Não quero ser favorecida e não quero que favoreçam (os adversários) em prejuízo à legislação".
Perguntada sobre a cartilha que pede voto em mulheres e destaca discurso da candidata do PT, Dilma Rousseff, Marina Silva evitou falar diretamente de sua adversária neste pleito. Porém, salientou não ser contrária ao kit distribuído pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, em junho deste ano, que estimula o voto em uma mulher nestas eleições. A presidenciável também se mostrou favorável ao incentivo de candidaturas femininas. "Não conheço a cartilha, mas acho que não deve ter direcionamento para ninguém,". O kit foi enviado em caixas de papelão pela Secretaria de Políticas para as Mulheres órgão vinculado à Presidência da República a partidos políticos, deputados, senadores e demais candidatos nos Estados.
Apesar de ter sido elaborado em 2008 e 2009, o material só foi impresso em maio. A distribuição, por parte do governo, começou no mês passado, pouco antes do início oficial da campanha eleitoral. A capa da cartilha, intitulada Mais Mulheres no Poder Plataforma 2010, traz a imagem de um botão verde com a expressão "confirma" similar a uma urna eletrônica e a frase "eu assumo este compromisso". Na quarta-feira (14), a Secretaria para as Mulheres distribuiu a publicação em Brasília numa conferência sobre a mulher na América Latina.
Já o livro intitulado "Mais Mulher no Poder: uma questão da democracia & Pesquisa Mulheres na Política" informa ser a Presidência da República a responsável pela obra e a secretaria pela "elaboração, distribuição e informações".
A partir da página 17, Dilma relata seu passado de militante de esquerda, seu histórico no governo Lula e destaca ter sido a primeira mulher a ocupar a chefia da Casa Civil.
Em carta assinada no dia 18 de junho e enviada ao Congresso, Sônia Malheiros Miguel, subsecretária de Articulação Institucional e Ações Temáticas, relata aos parlamentares detalhes sobre o livro e a cartilha. Ela avisou que, se for necessário, o governo poderá enviar mais exemplares.
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