A senadora Marina Silva (AC) confirmou nesta segunda-feira que irá se filiar ao PV, naquilo que classificou como uma segundo passo da sua nova trajetória política, depois de deixar o PT, partido no qual militou por 30 anos.
Se dizendo uma "mantenedora de utopias", a ex-ministra do Meio Ambiente diz que a filiação irá ocorrer em evento no próximo domingo, em São Paulo.
Sobre a possível candidatura à Presidência, Marina disse a jornalistas estar honrada pelo fato de o PV considerá-la "candidata prioritária", mas que qualquer anúncio oficial sobre isso só será feito, em 2010.
"No momento, quero discutir um plano estratégico que contemple o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável para o Brasil que deve ser considerado a maior potência ambiental do planeta", argumentou.
Mesmo não assumindo a candidatura, ressaltou que ela e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff --favorita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sua sucessão-- têm visões muito diferentes sobre a estratégia de como realizar os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
"Os brasileiros é que têm que fazer o julgamento do que é melhor para o Brasil. Ela defende as ideias dela e eu defendo as minhas", disse, referindo-se a uma possível disputa eleitoral com Dilma.
Meio ambiente em pauta
Neste momento, disse Marina, o desafio é sensibilizar os partidos políticos e o Congresso Nacional para incluírem as diretrizes ambientais como prioritárias.
"Não se pode pensar em desenvolvimento se essa questão não estiver permeando as ações internas programáticas dos partidos, nem fizer parte das ações essenciais de todos os ministérios de maneira integrada", argumentou.
A ex-ministra elogiou os investimentos na política social feitos pelo governo Lula, mas ressaltou que "ninguém pode viver a vida inteira dependendo de Bolsa Família".
E voltou a criticar a legislação articulada pelo ex-ministro Mangabeira Unger, de regularização fundiária na Amazônia.
"Não é possível que aqueles que cometeram irregularidades sejam beneficiados e os que seguiram o caminho correto prejudicados. Seria necessário apenas regularizar 7 milhões de hectares para os médios e pequenos agricultores e não os 77 milhões de hectares que beneficiarão os grandes latifundiários e conglomerados jurídicos."
Marina agradeceu o presidente Lula por ter vetado um dos pontos da lei, mas reclamou que ele "não vetou o mais importante que dispensa a fiscalização das terras a serem regularizadas".
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