A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, defendeu nesta segunda-feira (10) a manutenção da política macroeconômica e a independência não institucional do Banco Central (BC), que, segundo ela, mostraram-se acertadas em tempos de crise. "Os instrumentos de política econômica contribuíram para que o País sobrevivesse à crise", afirmou. A senadora considerou que o País tem se saído melhor no atual cenário de turbulência econômico-financeira do que seus pares na Europa. "Estamos vendo que a crise na União Europeia, sobretudo por conta da Grécia, Portugal e Espanha, não está afastada", afirmou.
A pré-candidata avaliou como positiva a autonomia não institucional do BC. "A experiência brasileira mostra que o caminho da autonomia não institucional é positiva. Até para evitar o que aconteceu recentemente na Argentina", comparou. Marina se referiu à renúncia, no dia 29 de janeiro, do economista Martín Redrado ao cargo de presidente do BC da Argentina. Redrado havia sido destituído do cargo no dia 7 de janeiro, por decreto, depois de ter desobedecido a decreto da presidente Cristina Kirchner que criou fundo destinado ao pagamento dos vencimentos da dívida pública em 2010.
A pré-candidata do PV também defendeu a manutenção da meta de superávit primário, câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e controle da inflação, pilares macroeconômicos que foram seguidos pelos dois últimos governos. "A autonomia do BC e as metas de controle de inflação são o que nos fez sobreviver. A inflação não é boa para ninguém, principalmente para os mais pobres. Essas ferramentas precisam ser mantidas", ressaltou.
As declarações de Marina foram dadas em São Paulo, durante evento sobre segurança pública promovido pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), entidade que preside.