A pré-candidata do Partido Verde (PV) à presidência, Marina Silva, disse nesta sexta-feira (30), em Londrina, no norte do Paraná, que pretende manter os alicerces da política econômica - controle da inflação câmbio flexível e reservas cambiais - do atual governo, mas com um "outro olhar" sobre as prioridades oficiais. "Os investimentos precisam ser direcionados para uma economia de baixo carbono para, com isso, criarmos novos empregos, uma base tecnológica inovadora e novas oportunidades econômicas e sociais", disse. "No passado, criaram incentivos para destruir florestas, contaminar rios e fazer o desenvolvimento a qualquer preço. Os incentivos, agora, precisam ser criados para recuperar o que danificamos, para preservar o que ainda temos e prevenir o que não podemos prejudicar."

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Marina Silva propôs a adoção de "programas sociais de terceira geração" - segundo ela, um avanço em relação à transferência de renda, com contrapartidas, caracterizado pelo Bolsa Família. "Mantém-se o Bolsa Família, mas que se faça uma transição para a inclusão produtiva, ou seja, investir pesadamente em educação para que o jovem possa terminar o ensino médio já apto para o mercado de trabalho, e oferecer aos mais pobres uma cesta de oportunidades, como está acontecendo no Chile", afirmou a senadora licenciada. "As pessoas podem ser treinadas para se tornar um carpinteiro, uma costureira, enfim, podem se incluir produtivamente."

Na opinião dela, os 12% conferidos à sua candidatura pela última pesquisa Datafolha - contra 42% do tucano José Serra e 30% da petista Dilma Rousseff - mostram que a sociedade está "despolarizando" a disputa. "São uma boa plataforma de lançamento, visto que nosso projeto tem apenas seis meses, e um esforço da sociedade para dizer que quem vai decidir a eleição não são as máquinas eleitorais", disse Marina Silva.

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A pré-candidata do PV voltou a criticar a desistência de Ciro Gomes (PSB). "Lamento a operação que foi feita para excluir Ciro Gomes desse processo. Os mesmos que atuaram para expurgá-lo do processo depois vão querer assimilá-lo, mas a democracia não pode ser prejudicada em função do desejo de exclusividade de poder que alguns supostamente possam ter", afirmou.

Lei da Anistia

Em Londrina, onde se reuniu com correligionários, empresários e líderes evangélicos, Marina Silva concordou com a decisão do Supremo Tribunal Federal de manter a Lei de Anistia e, com isso, evitar que agentes do Estado e membros da oposição ao regime militar sejam julgados por crimes cometidos durante a ditadura.

"Essa é uma questão difícil, complexa, mas a discussão que nós acumulamos é de que não se deveria alterar a Lei de Anistia. Houve uma decisão do constituinte de que seriam anistiados todos. Há uma compreensão diferente por parte da OAB e de outros setores, mas, obviamente, foi tomada a decisão pela mais alta corte do País", disse ela. "Mas eu tinha esse posicionamento mesmo antes da decisão tomada."

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