Na reta final para conseguir o registro de seus partidos a tempo de disputar cargos na eleição de 2014, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, e a ex-senadora Marina Silva, estiveram nesta terça-feira (24) com ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar convencê-los de que cumpriram todos os requisitos exigidos para a criação de uma legenda no País. O tribunal deve julgar o pedido de criação das duas legendas nesta terça.
O parlamentar aproveitou para atacar o vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, que, na véspera, deu um parecer afirmando que há indícios de fraudes na formação da legenda. Aragão decidiu pedir à Polícia Federal que abra um inquérito para apurar suspeita de crime eleitoral. O vice-procurador assumiu o cargo na semana passada. Antes dele, o Ministério Público Eleitoral tinha se posicionado a favor do registro do Solidariedade, de Paulinho.
"Estranho que um procurador que entrou agora questione três pareceres do Ministério Público. Ou ele não confia, ou está com má fé. E (o parecer foi) fora de época. Já tinha acabado o prazo para eles darem os pareceres. Isso é estranho. Todo mundo sabe quem é esse procurador de que eu estou falando. Ou seja, um cara encomendado pelo Palácio do Planalto", afirmou. Indagado se ele se referia a Eugênio Aragão, o deputado respondeu: "É esse mesmo. Esse procurador está bem encomendado."
Paulinho negou que o partido tenha fraudado assinaturas para atingir o número mínimo de apoios necessários à formação de um partido no Brasil. Para criar uma legenda, um dos requisitos é garantir o apoio de cerca de 500 mil eleitores. "Eu disse ao ministro (Dias Toffoli): seria muito imbecil alguém numa cidade como Várzea Paulista, que é pequena, que todo mundo conhece todo mundo, alguém vai lá e falsifica do dono do cartório", disse o deputado ao comentar argumento de Eugênio Aragão de que há suspeita de que teria sido fraudada até a assinatura da chefe de cartório de uma zona eleitoral de Várzea Paulista. O deputado afirmou que aceita descartar as assinaturas sobre as quais o Ministério Público tem dúvidas da veracidade.
Rede
Já a ex-senadora Marina Silva, que pretende se candidatar à Presidência da República pela Rede Sustentabilidade, disse que a conversa com ministros do TSE tem o objetivo de mostrar que o partido conseguiu os apoios necessários e que a concessão do registro é justa e legítima.
Ela afirmou que foram apresentadas dentro do prazo 668 mil assinaturas, das quais 450 mil foram certificadas por enquanto. Marina reclamou mais uma vez da demora de alguns cartórios para fazer o trabalho de verificação dos apoios. "Estamos pedindo que a Justiça Eleitoral nos faça justiça", disse.