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A eventual candidatura à Presidência da República da senadora Marina Silva (PT-AC) pelo Partido Verde (PV) deverá desestabilizar a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), mas não vai abalar a candidatura da oposição, atualmente representada pelos governadores tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG). A avaliação foi feita pelo presidente nacional do PPS, Roberto Freire, em entrevista à Agência Estado.

Para Freire, a entrada de Marina na sucessão presidencial de 2010 terá também outras consequências para a candidatura governista: acaba com o caráter plebiscitário que o presidente Lula estava dando à sua sucessão, reabre a possibilidade de o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) entrar nessa disputa - inviabilizando os palanques que Dilma poderia ter no primeiro turno nos Estados governados pelo PSB (Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte), e poderá aliviar a pressão de Lula sobre a oposição porque o presidente terá de tentar reverter o processo de fragilização de sua candidata. "A Marina será um problema para o governo, além disso, ela é muito mais petista do que a Dilma", alfineta.

Com ou sem Marina Silva no páreo presidencial, Roberto Freira acredita que o Brasil precisa recuperar sua capacidade de fazer política. "É preciso discutir um projeto para o País e solucionar a atual crise no Senado, que não vai se resolver apenas com a saída de Sarney (presidente da Casa, senador José Sarney - PMDB-AP)." No seu entender, contudo, a solução para todo esse imbróglio deverá ficar para as urnas, nas eleições de 2010. "Não vou transformar Sarney em uma vítima maior do que ele já é, mas ele simboliza essa crise", diz o presidente nacional do PPS, responsabilizando o presidente Lula pelo atual cenário: "O grande responsável é o Lula, que sustentou o Sarney.

Além da expectativa que os eleitores deem uma resposta à atual crise do Congresso nas urnas das eleições gerais do ano que vem, Freire disse que se for mesmo chamado pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP) para uma conversa sobre saídas para a crise - o peemedebista disse que iria conversar com todos os presidentes de partidos para tentar encontrar uma solução para os atuais problemas do parlamento - vai propor que não apenas o senador José Sarney, mas toda a mesa diretora do Senado, renuncie aos cargos de direção e seja definida uma nova direção para a Casa.

O presidente nacional do PPS disse que a legenda vai lançar o nome da subprefeita da Lapa, Soninha Francine, para concorrer ao governo de São Paulo nas eleições do ano que vem. Ele está otimista com essa candidatura e afirma que o governador José Serra (PSDB), seu aliado, que postula disputar a Presidência da República no ano que vem, poderá ter dois palanques no Estado, um de seu partido e outro do PPS. Roberto Freire disse também que seus planos políticos para 2010 incluem a disputa de uma cadeira na Câmara dos Deputados. "Vou me candidatar por São Paulo porque aqui se disputa uma certa hegemonia no campo da esquerda e porque a política do País se decide aqui, nessa cidade cosmopolita.

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