O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou nesta segunda-feira (17) que, caso a convenção nacional de seu partido - que será realizada no ano que vem - defina apoio ao nome do governo federal para a sucessão em 2010 do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010, o vice em uma eventual chapa mista deverá ser do PMDB.
"O PMDB tem de ter participação na chapa em uma eventual aliança com o candidato do governo. Não tenho dúvida disso", cobrou Temer. "Claro que não se sabe se o PMDB terá candidato ou não. Mas em uma aliança natural, com o PMDB apoiando (o governo), o vice tem de ser do partido", frisou.
Perguntado sobre se ele seria um bom nome para uma eventual chapa PT-PMDB encabeçada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o presidente da Câmara respondeu com bom humor: "Não existe candidato a vice, pois ser vice é uma circunstância. Participará da chapa aquele que melhor adicionar votos e prestígio ao candidato à Presidência da República", comentou.
Temer também ressaltou que o PMDB tem uma "vinculação muito grande com o governo federal" e a tendência inicial é que o partido acompanhe o candidato do governo nas eleições de outubro do ano que vem. O presidente da Câmara ainda destacou que é provável que tal apoio venha a ocorrer, porém, enfatizou que a decisão só será definida na convenção nacional da sigla no próximo ano.
Para o peemedebista, a possível entrada da senadora Marina Silva (PT-AC) na disputa presidencial pelo PV é "um fato significativo". "É um nome respeitável. Ela entra com uma expectativa muito favorável", comentou.
Reforma tributária
Temer afirmou que até o início de setembro o projeto de emenda constitucional (PEC) da reforma tributária pode ser votado pelo plenário da Casa."O projeto está pronto para ir a plenário", disse Temer.
"E, para os empresários ligados à Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), com quem conversei hoje [segunda], trata-se de um avanço." Temer esteve reunido com dirigentes de companhias do setor de infra-estrutura no fim da manhã desta segunda, na capital paulista.
O ex-secretário de Reformas Econômico-Fiscais, Bernard Appy, afirmou recentemente que o governo trabalha com um cronograma para que a reforma tributária seja aprovada pela Câmara e Senado até o fim deste ano. Para Temer, há tempo hábil para que essa hipótese do governo de fato se concretize. "É possível que isso ocorra, sim, pois, depois de ser apreciado em primeiro e segundo turnos na Câmara (em setembro), haveria três meses ainda para o Senado avaliar esse projeto", comentou.
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