O publicitário João Santana e a mulher dele, Mônica Moura, devem ter seus nomes incluídos no alerta de captura internacional da Interpol ainda nesta segunda (22). A informação é do delegado Igor Romário de Paula, coordenador das investigações da Operação Lava Jato na Polícia Federal do Paraná. O casal está na República Dominicana, de acordo com o advogado deles.
Santana e Mônica tiveram a prisão decretada na 23ª fase da Operação Lava Jato, iniciada na manhã desta segunda-feira (22).
Ao todo, quatro alvos da nova fase estão fora do Brasil. Entre os procurados estão os ex-funcionários da Odebrecht Fernando Migliaccio e Benedito Barbosa Junior, apontados como controladores de pagamentos feitos por offshore. Os dois deixaram o país após as prisões de Marcelo Odebrecht e de executivos que integravam a cúpula do conglomerado, em junho do ano passado.
De acordo com o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Carlos Lima, a Odebrecht vem se empenhando em enviar funcionários suspeitos para o exterior desde a deflagração da 14ª fase da Lava Jato, da qual a empresa foi alvo.
O delegado da PF disse que a operação foi deflagrada mesmo com alvos no exterior, porque a investigação foi “atropelada por algumas reportagens” publicadas recentemente sobre João Santana.
No último dia 12, a Folha de S.Paulo revelou que a Lava Jato investiga indícios de pagamentos da Odebrecht ao marqueteiro das campanhas presidenciais em contas no exterior. Na última sexta (19), a Folha de S.Paulo publicou que o juiz Sergio Moro negou o acesso do inquérito à defesa de João Santana porque a investigação tinha ações como rastreamento financeiro fora do país, o que demandava sigilo.
“Dinheiro tem coração de coelho e patas de lebre”, escreveu o juiz, em despacho para justificar a necessidade do sigilo.
Em janeiro, a revista “Veja” revelou que fora encontrado na casa do lobista Zwi Skornicki, ligado ao estaleiro asiático Keppel Fels, uma carta de Mônica Moura, mulher e sócia de Santana. O manuscrito indicava contas de Santana na Inglaterra e nos EUA.
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