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Dilma durante saída do Palácio do Planalto, no fim da manhã desta quinta-feira (12) | ANDRESSA ANHOLETE/AFP
Dilma durante saída do Palácio do Planalto, no fim da manhã desta quinta-feira (12)| Foto: ANDRESSA ANHOLETE/AFP

Eram 10h59 desta quinta-feira (12), quando o senador Vicentinho Alves (PR-TO), primeiro secretário do Senado, entregou à presidente Dilma Rousseff a notificação de afastamento do cargo por até 180 dias, como determina o processo de impeachment. “Mas eu fico com uma cópia?”, perguntou ela.

“Posso ter cometido erros, mas não cometi crimes”, diz Dilma

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Dilma estava no gabinete presidencial, no terceiro andar, e assinou o papel sobre a mesa de trabalho vazia, sem as fotos da filha Paula e dos netos e sem a imagem de três Nossa Senhora que ali ficavam. Tinha os olhos inchados, mas, naquele momento, não chorou.

“Ele já foi?”, perguntou a já presidente afastada aos ex-ministros e auxiliares que acompanharam a cena histórica, numa referência a Alves. O gabinete estava lotado.

Ao ser informada de que o primeiro-secretário do Senado já havia partido, Dilma andou pelo gabinete e cumprimentou os amigos. Depois, deu a última ordem. “Agora vamos que tenho de descer”, afirmou ela, pouco antes do pronunciamento que fez no Salão Leste do Palácio do Planalto, no segundo andar. Ficaram mais um minuto com ela, porém, os ex-ministros José Eduardo Cardozo (Advocacia Geral da União), Jaques Wagner (Gabinete Pessoal da Presidência) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), do antigo núcleo duro.

Na Praça dos Três Poderes, à espera de Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conteve as lágrimas. “O que mais dói é essa situação que estamos vivendo agora, a inominável dor da injustiça e da traição”, discursou ela, ao lado de Lula, enquanto militantes do PT, da CUT, do MST e de outros movimentos sociais gritavam “Fora Temer”.

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