O ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso não assumiu para a diretoria do banco a responsabilidade pela quebra do sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa. A informação foi dada nesta terça-feira pela vice-presidente de tecnologia da estatal, Clarice Coppetti, que contou em depoimento na CPI dos Bigos que Mattoso reuniu sua equipe, na segunda-feira no fim da tarde, para comunicar seu pedido de demissão.
Segundo Clarice, o presidente da Caixa disse apenas que obteve a informação por se tratar de uma movimentação financeira atípica que seria repassada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
- Ele tinha todo interesse em esclarecer essa movimentação bancária atípica - disse Clarice.
A versão de Mattoso, no entanto, caiu por terra quando ele confessou ter entregue o extrato da conta do caseiro nas mãos do então ministro da Fazenda Antonio Palocci. Francenildo desmentira Palocci em depoimento na CPI dos Bingos.
A saída de Palocci foi determinada pelo depoimento de Mattoso na Polícia Federal, que confirmou o envolvimento direto do ministro da Fazenda na quebra ilegal do sigilo do caseiro. A crise ainda levou à demissão de Mattoso, que disse à PF ter entregado a Palocci cópia do extrato do caseiro.
Vice-presidente de Tecnologia da Caixa há três anos, Clarice afirmou que não participou de nenhum ato referente à divulgação ilegal de informações sobre contas de clientes da instituição. Mesmo diante do bombardeio de perguntas de senadores da oposição, Clarice manteve a tranqüilidade e não fez qualquer comentário pessoal sobre Mattoso.
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