O PMDB iniciou ontem uma ofensiva para se contrapor ao PT e garantir espaço na elaboração do programa de governo da pré-candidata Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil, à Presidência da República. Reeleito presidente nacional do PMDB, o deputado Michel Temer (SP) chamou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, para barrar a consolidação do programa petista.
O motivo da pressa em escalar o time que vai formular o plano foi a notícia de que o programa da petista já está pronto. Como o documento será discutido no Congresso do PT, que vai oficializar a candidatura de Dilma no dia 20, em Brasília, Temer agiu para deixar claro que não aceitará "prato feito".
Em telefonema ao vice-presidente do PT e assessor do Planalto, Marco Aurélio Garcia, Temer avisou que seu partido também terá um plano de governo e a aliança se dará a partir da fusão dos programas. "O PT não vai impor nada. Vamos trabalhar juntos", respondeu Garcia a Temer, segundo o próprio deputado disse a um interlocutor. "O que está acontecendo é que estão fazendo diretrizes, para depois conversarmos em conjunto", explicou o assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao peemedebista.
O documento petista, intitulado A Grande Transformação, defende a maior presença do Estado na economia, com fortalecimento das empresas estatais e das políticas de crédito dos bancos públicos federais para o setor produtivo. Embora uma ala expressiva do PMDB tenha viés nacionalista e se identifique com a ideia do reforço do papel do Estado, o cenário aponta para um intenso debate entre petistas e peemedebistas.
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