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A mensagem do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) enviada na quinta-feira ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), tranquilizando-o quanto à blindagem do PT a ele na CPI do Cachoeira, provocou uma crise no partido. Nos bastidores, a irritação está tanta que há petistas pedindo a saída de Vaccarezza da comissão. O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), afirmou nesta sexta-feira não ver motivos para a substituição do deputado.

"Foi mais uma prestação de serviço (de Vaccarezza) para se credenciar junto ao governador porque, do ponto de vista prático não tem utilidade nenhuma", disse Tatto. O líder petista afirmou que a mensagem encaminhada via celular durante a reunião da CPI não representa a posição do partido. "A mensagem é a opinião que ele (Vaccarezza) possa ter. Não é motivo (de substituição na CPI), porque a opinião dele não tem efeito prático nenhum. O Cabral não está sendo objeto de convocação. É mais uma prestação de serviço de forma desnecessária", continuou.

O líder do PT afirmou que todos os governadores que estiverem envolvidos com o crime organizado e com o esquema de Cachoeira serão convocados. No entanto, para Tatto, até agora, há justificativa para o depoimento apenas do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

"O que apareceu até agora foi o Marconi Perillo colocando parte do poder nas mãos de Cachoeira. Secretarias do governo foram preenchidas por indicados de Cachoeira e a casa do governador foi comprada pelo parente de Cachoeira com um cheque, uma prova material", disse.

Vaccarezza foi flagrado na quinta-feira, durante sessão da CPI, em conversa com Cabral por meio de torpedo transmitido por celular. "A relação com o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu (sic)", escreveu Vaccarezza para Cabral. A mensagem foi filmada por um cinegrafista do SBT. Na noite de quinta-feira Vaccarezza afirmou que não iria comentar o episódio.

A convocação de Cabral é defendida por parte dos integrantes da CPI. O governador é amigo do presidente licenciado da empresa Delta Engenharia, a empreiteira suspeita de ligações com o esquema de Cachoeira. Na gestão de Cabral, a Delta fechou contratos de mais de R$ 1 bilhão com o governo do Rio. O governador aparece em fotos divulgadas pelo deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) em situações de descontração em Paris com Cavendish e um grupo de amigos.

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