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Em seu relatório, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) não só diz que existiu o mensalão no Congresso como dedica um tópico que tem o título "Mensalão não é caixa dois" para contestar a justificativa usada pelos beneficiários do valerioduto de que se tratava de quitação de dívidas contraídas em campanhas eleitorais anteriores. O relator lembra que, nove meses depois da divulgação das primeiras denúncias, poucos parlamentares apresentaram comprovantes das dívidas que teriam sido pagas com o dinheiro de Marcos Valério.

"Aquele relatório parcial enumerou com propriedade as razões pelas quais carecia de sustentação a justificativa, engenhada pelos beneficiários do Valerioduto, de que se tratava de quitação de dívidas contraídas em campanhas políticas pregressas. Essas palavras valem ser rememoradas. De logo, é preciso registrar que a tese apresentada carece de provas materiais. Nove meses após a divulgação das primeiras denúncias, pouquíssimos foram os que apresentaram comprovantes das dívidas supostamente honradas com o dinheiro repassado pelo empresário Marcos Valério", diz o relatório.

Serraglio diz ainda que, como não podiam explicar o recebimento dos recursos, os parlamentares admitiram o crime de caixa dois para escapar da acusação de corrupção. Segundo o relator, a tese do caixa dois surgiu meses depois da divulgação das denúncias, de "forma orquestrada".

"Sem argumento para explicar o inexplicável, a defesa dos beneficiários foi a admissão de um crime, para evitar a confissão de outros praticados: a não contabilização das despesas de campanha, conhecido na sociedade como "Caixa Dois", e não a prática de corrupção. Aliás, a tese do caixa dois só apareceu meses depois do início do escândalo, e já então de forma orquestrada", diz o relatório.

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