Em um longo discurso na tribuna do Senado nesta sexta-feira, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), ex-líder do governo na Casa, reconheceu a responsabilidade do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci pela "vitória da política econômica" no primeiro mandanto de Lula, mas ressaltou que foi uma fase de transição. Mercadante disse também que o país vem registrando taxas de crescimento "pequenas e até medíocres" e criticou a continuidade daquela política, que segundo ele, já cumpriu seu papel. O senador acrescentou que o crescimento é o maior desafio do segundo mandato.
- Sou contra o continuísmo da política econômica. A política econômica que tivemos nesse período foi uma política de transição, uma política que cumpriu o seu papel. Foi uma política que estabilizou a economia - disse ele, que não poupou, porém, elogios à equipe econômica do primeiro mandato:
- Considero que a política econômica do primeiro governo foi vitoriosa e quero aqui render minhas homenagens ao ex-ministro Palocci e ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que capitanearam esse período da história econômica - disse Mercadante, que deixou a liderança do governo no Senado para disputar o governo de São Paulo.
O senador apresentou algumas alternativas para impulsionar o crescimento econômico do país. Para isso, ele defende, com a ajuda do setor privado, o aumento da taxa de investimento, do superávit primário e a redução dos impostos.
- Para se chegar ao Estado mínimo, deveríamos fazer um grande ajuste fiscal, aumentar o superávit primário, para reduzir carga tributária e abrir espaço para o setor privado cumprir esse papel. Entendo que não há como o setor privado sozinho percorrer esse caminho, ainda que seja sim o setor privado a principal força motriz do investimento e do crescimento econômico - afirmou.
O senador deixou claro que a população mais carente continuará sendo assistida pelo governo por meio de programas de combate à pobreza, como o Bolsa-Família.
- Para que o crescimento econômico ocorra, é necessário um pacto entre oposição e governo - salientou ele, ao condenar a intenção do PSDB e do PFL na defesa de um reajuste nas aposentadorias e pensões da ordem de 16%, apesar do déficit na Previdência.
Mercadante, que é professor no Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas, teve seu nome cotado para assumir o Ministério da Fazenda quando o ex-ministro Palocci foi acusado de envolvimento com a quebra de sigilo do caseiro Francenildo Santos e deixou o cargo. Mercadante deixou claro ao presidente não gostaria de voltar a ocupar a liderança do governo logo depois da sua conturbada derrota na disputa pelo governo de São Paulo, em que teve administrar o envolvimento do coordenador de sua campanha, Hamilton Lacerda, no escândalo da compra do dossiê contra os tucanos. O atual líder do governo no Senado é Romero Jucá (PMDB-RR).
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