A Mesa Diretora decidiu enviar ao Conselho de Ética o pedido do PSOL de abertura de processo por quebra de decoro parlamentar. Segundo o blog Ancelmo.com, o relator deverá ser Demóstenes Torres (DEM-GO ).
Pelo menos cinco dos seis senadores do grupo votaram contra o pedido de Roriz para que lhe dessem prazo maior antes de tomar a decisão. Em resposta, Roriz foi ao gabinete do presidente do Senado para apresentar sua carta de renúncia do mandato de senador, ainda de acordo com esses senadores. Até ser notificado, o senador pode renunciar para não correr o risco de ter o mandato cassado e a perda de direitos políticos.
O senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) negou no fim da manhã desta quinta-feira ter entregue uma carta de renúncia ao mandato de senador:
- Entreguei os documentos para provar a minha defesa. Eu não renunciei - disse.
Segundo senadores, porém, Roriz já entregou a carta de renúncia ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
- Encaminhamos ao Conselho de Ética e caberá ao conselho fazer a notificação ao senador. Até esse momento, ele pode decidir se renuncia ou não - afirmou o senador Efraim Morais (DEM-PB), integrante da Mesa Diretora.
O presidente do Conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), pretende notificar Roriz ainda esta semana.
- A idéia é receber a documentação da Mesa Diretora e aí dar conhecimento aos membros do Conselho. E, com a aprovação dos conselheiros, promover a notificação de Roriz - afirmou Quintanilha.
Roriz foi flagrado pela Polícia Civil do Distrito Federal na Operação Aquarela, que investiga fraudes no Banco de Brasília (BRB), discutindo com o ex-presidente do banco Tarcísio Franklin de Moura a partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões, que pertencia ao empresário Nenê Constantino, dono da Gol e de empresas de ônibus no Distrito Federal. A revista "Veja" desta semana afirma que o dinheiro teria sido usado para subornar juízes.
"A situação é grave", diz Tuma sobre caso Roriz
O peemedebista chegou a participar da primeira parte da reunião, onde fez sua defesa e pediu tempo antes que a Mesa envie seu caso para o Conselho de Ética. Roriz argumentou que é necessário que o Ministério Público avance nas investigações de seu caso antes de qualquer medida do Senado.
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP) - Agência Senado O corregedor do Senado, senador Romeu Tuma (DEM-SP), recebeu, na tarde desta quarta-feira, a documentação colhida pela Operação Aquarela referente a Roriz. Os documentos foram encaminhados a ele pelo juiz da 1ª Vara Criminal do Distrito Federal, Roberval Belinati. De acordo com a assessoria de Romeu Tuma, o senador vai enviar agora parte dessa documentação para ser analisada pela Polícia Federal. Na terça-feira, Tuma disse que também vai procurar esclarecer por que o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, deu prazo de 20 dias para Roriz apresentar sua defesa.
O corregedor disse que os documentos incluem dois CDs com conversas telefônicas gravadas, cujo teor deve ser degravado pelal PF nos próximos dias. Tuma também disse que deve receber novos documentos e mais quatro ou cinco CDs em breve.
- A situação não é agradável, é grave. Tem mais uma série de documentos, que são importantes pela gravidade com que se apresentam. O caso poderá alcançar outras autoridades e empresários, é bastante sério - disse Tuma.
O senador deu a entender que poderá vir a auxiliar o futuro relator do processo contra Roriz no Conselho de Ética. Tuma disse acreditar que o conselho poderá vir a convocar para depoimento do ex-presidente do BRB, Tarcísio Franklin.