O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), classificou de "grave" o caso envolvendo o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF). O ex-governador do Distrito Federal foi flagrado numa conversa em que combina a partilha de R$ 2,2 milhões, que seria do empresário Constantino de Oliveira, conhecido como Nenê, presidente do conselho da Gol.
Tuma recebeu nesta quarta-feira (4) parte do inquérito da "Operação Aquarela" que tem como foco o desvio de recursos públicos no Distrito Federal, que prendeu, entre outros, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Tarcísio Franklin de Moura.
"Pelo o que eu pude analisar tem coisas graves não só do ex-governador como de autoridades e empresários. O que se relacionar com o Congresso, nós poderemos analisar. E o resto vamos deixar para a polícia e para o Supremo Tribunal Federal", afirmou Tuma a jornalistas.
No inquérito da Operação Aquarela, havia uma gravação telefônica em que Roriz conversa com Moura sobre a partilha dos R$ 2,2 milhões. O senador peemedebista disse que dos recursos usou apenas R$ 300 mil para comprar uma bezerra. Essa versão é confirmada pela Gol.
Tuma recebeu também informações sobre o uso de um carro forte para fazer a partilha dos recursos na transportadora Nely, de propriedade de Osvaldino Xavier de Oliveira, apontado pelo Ministério Público como "laranja" de Roriz.
Em entrevista ao "Estado de S.Paulo", Oliveira disse que cedeu o pátio de sua empresa para devolver um favor a Valério Neves Campos, assessor especial de Roriz. Segundo o empresário, os R$ 2,2 milhões chegaram num carro forte amarelo com seguranças fortemente armados.
A suspeita de irregularidade é que um cheque do Banco do Brasil assinado por Constantino no valor de R$ 2,2 milhões foi descontado no BRB.
Conselho de Ética
O presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), disse que espera receber o processo contra Roriz que será enviado ainda nesta quarta pela Mesa Diretora.
Quintanilha havia dito que pretendia esperar uma reunião do conselho para notificar Roriz, mas depois recuou e afirmou que poderia notificá-lo assim que o processo chegar ao órgão. Depois da notificação, Roriz não poderá mais renunciar e evitar o processo de cassação. Cassado, ele ficaria inelegível por oito anos.
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