A arrumação feita às pressas no programa de governo da candidata Dilma Rousseff (PT), que ela disse ter assinado sem ler (veja reportagem à esquerda), eliminou vários pontos polêmicos, mas preservou propostas consideradas radicais, com insinuações de que é preciso haver o controle dos meios de comunicação e da produção cultural.
Na principal delas, sobre "acesso à comunicação, socialização dos bens culturais", o texto afirma que "a maioria da população conta, como único veículo cultural e de informação, com as cadeias de rádio e de televisão, pouco afeitas à qualidade, ao pluralismo, ao debate democrático", insinuando que seria necessário haver um controle da mídia.
No trecho dedicado ao incentivo à cultura, a proposta de Dilma pede fórmulas "que garantam controle público sobre o uso dos incentivos fiscais".
Amenizado
Em pelo menos dez pontos, dos 79 do documento, o texto recebeu versão mais macia, para criar menos atritos. O programa recuou em pontos polêmicos referentes à reforma agrária, defesa da redução da jornada de 40 horas e adoção de listas partidárias em uma eventual reforma política, pela qual os eleitores votariam apenas em partidos e não em candidatos. As avaliações críticas sobre o governo Fernando Henrique perderam o tom radical e apareceu até um compromisso de fortalecimento do agronegócio.
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