Eduardo Cunha renunciou à presidência da Câmara nesta quinta-feira (7).| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Se o pedido de cassação do deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) chegar ao plenário da Câmara dos Deputados, o peemedebista não deve escapar do afastamento definitivo. No plenário, a votação é aberta, ou seja, a posição dos parlamentares fica conhecida pelo eleitorado.

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Ainda assim, o ex-presidente da Casa, que renunciou à presidência da Casa nesta quinta-feira (7), tem expectativa de manter o mandato. Mesmo enfraquecido, Cunha manteria um grupo de aliados dispostos a enfrentar o desgaste para apoiá-lo no placar do plenário.

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O número de parlamentares que podem votar contra o parecer do Conselho de Ética que recomenda a cassação é uma incógnita. Mas, extraoficialmente, aliados de Cunha calculam que parte do chamado “centrão” – bancada que detém cerca de 200 parlamentares –, além de alguns correligionários do PMDB, não descartariam apoiar o peemedebista.

A cassação, contudo, parece inevitável. Para perder o mandato, são necessários 257 votos dos 513 deputados federais. Ausências ou abstenções ajudam o peemedebista.

Em sua trajetória na Câmara dos Deputados, Cunha ficou conhecido por negociar cargos para aliados e dar espaço ao chamado “baixo clero”, o grupo de parlamentares com pouca ou nenhuma expressão nacional, maioria entre os 513 políticos da Casa.

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Nos bastidores, corre ainda que, hoje, aliados estariam temendo uma possível delação de Cunha, que é alvo da Operação Lava Jato. À imprensa, o peemedebista afirma que “não tem o que delatar” e nega ameaças. Se perder o mandato de deputado federal, Cunha fica sem o foro privilegiado e as ações penais que responde no Supremo Tribunal Federal (STF) devem ser transferidas para o primeiro grau, onde atua o juiz federal Sergio Moro.

Desde o dia 5 de maio, quando foi afastado do exercício do mandato pelo STF, Cunha deu demonstrações de força na Casa.

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O episódio mais emblemático no período foi a escolha do deputado federal André Moura (PSC-SE) para a liderança do governo interino de Michel Temer. Aliado de Cunha, Moura conseguiu derrotar nomes como o do deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), que contava com o apoio de auxiliares próximos de Temer. Moura foi confirmado pelo Planalto quando Cunha já estava há mais de dez dias afastado por determinação do STF.

Nesta quinta-feira (7), contudo, líderes dos principais partidos políticos da Casa sinalizaram que a renúncia de Cunha ocorre tardiamente e que agora há pouca chance de a cassação não se consolidar.

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