Produtor de filmes B busca recursos para novo filme, em "O Crocodilo"| Foto: Divulgação/Downtown Filmes

Em dia de greve, Metrô anuncia trem sem condutor

O secretário estadual de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, disse nesta quinta-feira (2) ao "SPTV" que o Metrô vai investir em trens que transitam entre as estações sem necessidade de operador. As composições seriam controladas diretamente de uma central de operações.

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As estações da Companhia do Metropolitano de São Paulo amanheceram fechadas. Os metroviários decidiram, em assembléia realizada no início da noite de quarta-feira (1º), declarar greve no Metrô a partir da 0h desta quinta-feira (2). A paralisação deve prejudicar cerca de três milhões de pessoas que usam diariamente o transporte.

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A direção do Metrô não aceitou a proposta feita pelo Sindicato dos Metroviários de liberar a passagem gratuita de usuários pelas catracas das estações para assegurar o funcionamento de 85% da frota. Segundo a assessoria de imprensa, o Metrô "considerou o pedido descabido". De acordo com a assessoria do Metrô, abrir gratuitamente as catracas aos usuários "é crime, poderia ser caracterizado como evasão de rendas e não seria seguro, pois a decisão poderia superlotar o sistema e comprometer a segurança nas estações".

As linhas Verde e Azul do Metrô de São Paulo operam de forma parcial desde as 6h desta quinta-feira (2), de acordo com a assessoria da empresa. A Linha Verde, que liga as estações Alto do Ipiranga e Vila Madalena, tem a circulação de vagões limitada ao trecho entre as estações Ana Rosa e Clínicas. Na Linha Azul, os trens que operam em esquema especial fazem todo o trajeto entre as estações Jabaquara e Tucuruvi.

Até as 6h40 as duas linhas operaram com 60% da capacidade nesse esquema especial. O funcionamento parcial dos trens conta com a participação de 700 funcionários da companhia. Na frente das estações, os pontos de ônibus estão cheios. Os veículos partem lotados.

Rodízio

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) suspendeu nesta quinta-feira (2) o rodízio municipal de veículos em função da greve dos metroviários de São Paulo. A decisão pode refletir no já caótico trânsito da capital paulista, pois os carros cujas placas terminam em 7 e 8 estão autorizados a circular no perímetro delimitado pelo Centro Expandido da cidade. Normalmente, a operação Horário de Pico funciona entre 7h e 10h e 17h e 20h.

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No final da tarde de quarta, o Metrô divulgou nota afirmando que teria "tomado todas as medidas para evitar a interrupção do serviço", incluindo uma proposta de adiantamento de R$ 800,00 da Participação dos Lucros e Resultados (PLR), a ser paga em 1º de setembro.

Última proposta

Na nota, o Metrô deixava claro que essa era a última proposta feita pelo governo e que, na terça-feira (31), em audiência conciliatória no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), tinha oferecido um abono de R$ 400,00 não aceito pelo sindicato. Os metroviários questionam a forma como a direção do Metrô quer pagar a PLR. Segundo Manuel Xavier Lemos Filho, um dos diretores do sindicato, o prazo de negociação é de 12 meses e o Metrô fazia o depósito em duas parcelas: no 7º mês e no 12º mês, quando é fechado o balanço.

"Sempre foi assim. Agora, eles resolveram mudar. Querem pagar só no fim, o que vai ser em fevereiro de 2008", disse o sindicalista. Além disso, ele questionou outra decisão do Metrô de dividir os lucros seguindo um princípio de proporcionalidade salarial. "A Participação nos Resultados é um esforço de cada um, independentemente da função que o funcionário exerce. Todos têm direito ao mesmo valor", afirmou Lemos Filho.

Plano de emergência

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Para minimizar os efeitos provocados com a greve do metrô, a Secretaria Municipal de Transportes (SMT) e a São Paulo Transporte (SPTrans) colocaram em ação o Plano de Apoio Entre Empresas Frente a Situações de Emergência (Paese). De acordo com a SPTrans, toda a frota de 15 mil carros será colocada em circulação. A principal mudança é que os ônibus que fazem interligação com estações do metrô não farão paradas nestes locais e seguirão para o Centro da cidade.

Os coletivos que vêem da Zona Leste irão até o Parque Dom Pedro. Os ônibus provenientes da Zona Norte seguirão para a Praça da Luz e os da Zona Sul, para a Praça João Mendes, perto da estação Sé do metrô. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) também adotou medidas para evitar um caos maior no trânsito. Pretende antecipar o horário dos agentes da empresa (marronzinhos) atuando nas ruas e reforçar o monitoramento nos principais corredores viários da cidade.