Empresa de Dirceu teria função semelhante às de Youssef, suspeita força-tarefa
A força-tarefa da Lava Jato suspeita que a JD Assessoria e Consultoria, do ex-ministro José Dirceu, condenado no mensalão, cumpria a mesma função das empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef, alvo central da investigação. Elas emitiam notas fiscais para as maiores empreiteiras do país por assessorias e outros serviços fictícios.
A JD soltou notas fiscais por serviços que não teriam sido realizados, segundo suspeitam os investigadores. Eles rastrearam a movimentação financeira de pessoas jurídicas controladas por Youssef. Ao analisarem os lançamentos contábeis das construtoras, alvo da Lava Jato, de 2009 a 2013, os investigadores confirmaram a transferência de vultosos recursos às empresas do doleiro.
A força-tarefa constatou que MO Consultoria, GFD Investimentos e empreiteira Rigidez, todas vinculadas a Youssef, emitiam notas fiscais frias para camuflar a captação e o destino de valores repassados pelas empreiteiras. Políticos e caixa 2 de partidos teriam sido os beneficiários das operações protagonizadas pelo doleiro e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Foi nessa etapa da apuração que a Receita Federal identificou que também a empresa do ex-ministro "recebeu vultosos recursos" da Galvão Engenharia, da Construtora OAS e da UTC Engenharia, três das empreiteiras sob suspeita de formarem cartel na estatal.
Outro lado
Os advogados de Dirceu deverão entregar na próxima semana uma relação de notas fiscais, contratos e outros documentos com o objetivo de tentar comprovar que ele de fato prestou serviços a três empreiteiras investigadas. Segundo os advogados, Dirceu incluirá passagens aéreas e comprovantes de hospedagem em hotéis para provar que viajou a serviço das empresas e que as consultorias prestadas não eram fictícias.
Estadão Conteúdo e Folhapress
O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, encaminhou ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), indícios do envolvimento do deputado federal paranaense Nelson Meurer (PP) no esquema de lavagem de dinheiro e desvios na Petrobras.
Os indícios foram descobertos pela Polícia Federal durante a análise do sistema de contabilidade paralela do Posto da Torre, em Brasília, do doleiro Carlos Habib Chater. Réu na Lava Jato, Chater é acusado de utilizar o seu negócio para lavar dinheiro e distribuir propinas a políticos indicados pelo doleiro Alberto Youssef.
Ao analisar a contabilidade, peritos da PF identificaram uma movimentação total de R$ 159 mil nas contas do posto registradas em nome de "Nelson" e de "Nelson Meurer", entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009. Diante disso, a PF informou o juiz Sérgio Moro, que decidiu encaminhar o laudo ao Supremo Tribunal Federal para que avalie as medidas a serem tomadas.
Meurer foi citado na delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa como um dos 28 políticos beneficiários do esquema de propinas e corrupção na Petrobras.
O deputado nega as acusações. "Essa notícia já saiu antes. Não conheço esse posto, não sei quem é o dono, nunca recebi recursos de terceiros a não ser do PP", afirmou. Ele disse, também, desconhecer Chater. "Não conheço esse cidadão, nem sabia [antes da Operação Lava Jato] que existia no mundo esse cara. Ele mesmo disse há um tempo atrás que nunca distribuiu dinheiro para ninguém, em notícia que saiu na Globo."
PP
O PP, sigla de Nelson Meurer, tem papel de protagonista no escândalo, segundo a investigação. A força-tarefa da Lava Jato acredita que os desvios na petrolífera ocorrem há pelo menos 15 anos. Mas foi o ex-deputado José Janene (PP-PR), falecido em 2010, quem organizou a corrupção na estatal, fazendo com que as cúpulas das siglas envolvidas fossem beneficiadas diretamente.
Nas palavras de um investigador, "Janene transformou a corrupção no varejo em esquema de organização partidária". O modelo consistia em concentrar a negociação e o pagamento de propinas num diretor, e não mais em vários agentes dentro da estatal.
Janene foi também o padrinho político do doleiro Alberto Youssef e quem indicou Paulo Roberto Costa à diretoria de Abastecimento da Petrobras, em 2004. Dentre os 28 políticos citados pelo ex-diretor em sua delação, 10 são do PP.
Colaborou Chico Marés
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