Marta Suplicy aceita ser a nova ministra do Turismo
A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy confirmou na noite desta segunda-feira, após uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua nomeação para o Ministério do Turismo. A posse será na sexta-feira, quando o atual ocupante do cargo, Walfrido Mares Guia, deixará a pasta para assumir o Ministério das Relações Institucionais.
Marta Suplicy (PT) assume o Ministério do Turismo depois de um processo demorado de decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desgastou a ex-prefeita, exposta na mídia desde o início do ano.
A petista estava interessada na pasta de Cidades, responsável por obras de infra-estrutura com garantia de visibilidade, e depois aceitaria Educação. O Turismo acabou sendo a oferta de Lula no final do processo de composição do ministério.
"Ela sempre foi um nome à disposição", disse um apoiador, indicando que ela assumiria o posto que fosse oferecido.
Sua indicação é uma vitória do PT paulista, que vê em Marta uma potencial candidata à Prefeitura de São Paulo em 2008 ou à Presidência da República em 2010, quando Lula deixa o poder sem um herdeiro nato no PT.
Imagina-se que Lula seria grato a Marta por sua atuação na eleição presidencial do ano passado, quando ela assumiu a coordenação da campanha no Estado de São Paulo em meio ao escândalo do dossiê.
O resultado foi a redução da diferença entre o petista e o então candidato Geraldo Alckmin (PSDB) para 1 milhão de votos a favor do tucano. No primeiro turno, Alckmin dava uma lavada de 3,8 milhões de votos em Lula no Estado.
Ela também é apontada como principal responsável pela eleição de pelo menos dez deputados. Entre os federais, Antonio Palocci, João Paulo Cunha, Cândido Vacarezza e Jilmar Tatto. Em São Paulo, Rui Falcão, Antônio Mentor e Carlinhos Almeida. Marta atuou ainda para a vitória de Arlindo Chinaglia (PT-SP) na presidência da Câmara dos Deputados.
Mas sofreu um revés quando perdeu a indicação para a disputa estadual, também em 2006, para o senador Aloizio Mercadante (PT), que acabou derrotado. Marta já havia tentado o governo do Estado em 1998, derrotada por Mário Covas.
Taxas e CEUs
Na prefeitura de São Paulo, que comandou entre 2001 e 2004 depois de eleita com 3,2 milhões de votos e derrotando Paulo Maluf (PP), adquiriu popularidade entre a população mais carente pela implantação dos corredores de ônibus e do bilhete único e pelos 21 Centros Educacionais Unificados (CEUs) que construiu.
Os complexos, localizados em áreas de pobreza, reúnem creche, educação infantil, fundamental, além de piscinas e atividades culturais. Na educação, Marta divulga ter criado 200 mil novas vagas, mas ao mesmo tempo não solucionou totalmente as escolas precárias, chamadas "de lata".
Já entre a classe média, responsável por sua derrota na tentativa de reeleição, recebeu o apelido de "martaxa" por ter criado as taxas de lixo e de iluminação pública. A construção dos túneis da avenida Faria Lima, na zona oeste, também foi foco de crítica, seja pelo questionamento de sua necessidade, seja pelo custo de 220 milhões de reais.
Psicóloga, Marta também foi deputada federal (1995-1998), quando ficou conhecida por apresentar projeto de parceria civil para pessoas do mesmo sexo, ainda não votado. O tema da sexualidade já era assunto na década de 1980, quando atuava no programa TV Mulher, da TV Globo, e tratava de temas como orgasmo e frigidez. Na mesma época, em 1981, filiou-se ao PT.
De temperamento forte, nos quatro anos como prefeita foi protagonista de episódios que ajudaram a reforçar essa imagem. O caso mais simbólico foi durante uma enchente, quando bateu boca em frente às câmeras de TV com uma dentista que teve o consultório alagado.
Originária de família abastada, Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy, de 62 anos, causou polêmica ao anunciar a separação do casamento do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) poucos meses após assumir a prefeitura e em seguida se unir ao argentino Luiz Favre. Com Suplicy, teve três filhos (Eduardo, o Supla, João e André).
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