Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais| Foto: José Cruz/ABr

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, contou na noite desta quinta-feira (12) à presidente Dilma Rousseff as circunstâncias da viagem do líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), aos Estados Unidos num dia de votação prioritária para o governo: o Plano Brasil Maior, um pacote de medidas para aquecer a economia.

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Chinaglia deixou Brasília com destino a Chicago (EUA) às 15h da quarta-feira, horas antes de a oposição obstruir a votação da MP que prevê ações para estímulo da indústria nacional. "A questão da viagem é menos relevante. Os acordos com a oposição foram fechados e parcialmente cumpridos", alegou Chinaglia.

Para desespero do governo, a MP pode ficar para agosto. Segundo sua assessoria, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, "está muito preocupado", especialmente com o risco de que a MP da desoneração da folha perca validade sem que possa vigorar no mês que vem.

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O embarque de Chinaglia, para uma visita à filha, obrigou Ideli a assumir o posto. De tão perdida, a assessoria da ministra chegou a telefonar para líderes de um partido para negociar o voto de deputados de outra sigla.

"Agora, virei líder do governo", reclamou Ideli, segundo relato de interlocutores.O descompasso chegou aos ouvidos da presidente Dilma Rousseff. Ideli foi chamada ao Palácio do Alvorada para avaliar a situação.

A queda de braço foi explicitada no dia 4, quando Chinaglia chamou os líderes da oposição para costurar um acordo em troca da liberação de emendas. Segundo parlamentares e interlocutores da ministra, Ideli não aprovou a operação.

Chinaglia colocou a ministra no viva-voz para que se comprometesse com a negociação. Segundos líderes do DEM e PSDB, ela prometeu liberar até quinta R$ 1 milhão de emendas em Saúde e R$ 1,5 milhão em outras áreas para cada deputado. Mas, como diz Chinaglia, o acordo foi "parcialmente cumprido".

Na noite de quarta, após passar sete horas no Congresso, Ideli pediu prazo de 20 dias para liberação de recursos, sob argumentos de que há embaraços burocráticos na Saúde. "Depois disso, você compraria um fusca na mão da Ideli? Eu não", reagiu Ronaldo Caiado (DEM-GO), obstruindo a votação.

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