O ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (PMDB), defendeu a volta do deputado federal Leonardo Picciani (PMDB-RJ) à liderança do partido, oficializada na quinta-feira (17), e reprovou uma possível manobra do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que já estaria articulando um novo movimento para que Leonardo Quintão (PMDB-MG) reassuma o posto.
Em depoimento à Justiça, Pansera foi apontado pelo delator Alberto Youssef como “pau-mandado” de Cunha. Questionado sobre uma nova interferência do presidente da Câmara no processo de escolha do líder do PMDB, no entanto, o ministro criticou Cunha:
“Espero que o presidente (Cunha) não faça isso novamente (interferir na bancada). Nós sempre respeitamos a opinião dele, nós o ajudamos a ser presidente da Câmara, o partido votou unitariamente com ele quando foi candidato. Ele nos garantiu que não iria se envolver na disputa de liderança da bancada, se envolveu, assinou a outra lista (que elegeu Quintão). É legítimo, ele é deputado, mas esperamos que ele respeite agora a nova decisão da bancada e que o líder Leonardo Picciani continue conduzindo a bancada até fevereiro, quando nós teremos novas eleições”, afirmou Pansera, após a inauguração do Museu do Amanhã, na noite de quinta-feira (17).
No pedido de afastamento de Cunha, entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, classifica o ministro como “notoriamente ligado a Eduardo Cunha”. Janot destaca que Pansera, então deputado federal, apresentou requerimentos na CPI da Petrobras que seriam de interesse de Cunha: a convocação da advogada Beatriz Catta Preta e das três filhas e da ex-mulher do doleiro Alberto Yousseff.
Pansera também pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal das familiares de Youssef. Para Janot, o pedido de convocação das filhas e da ex-mulher do doleiro teve “o único objetivo de intimidar o colaborador (Youssef), que revelou em depoimento formal à Justiça e ao Ministério Público que Eduardo Cunha foi um dos beneficiários da propina da Petrobras”.
Questionado sobre a ação da Polícia Federal, que cumpriu um mandado de busca apreensão em sua casa, em Duque de Caxias, na terça-feira, Pansera afirmou que ainda não havia “lido o processo” e, por isso, não se manifestaria.
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