Depois de quatro horas de reunião para discutir a situação da Varig, o ministro da Defesa, Waldir Pires, não quis emitir opinião sobre a proposta de cisão da companhia, mas afirmou que a falência da empresa aérea não interessa a ninguém. Ele diss que "a proposta está sendo construída" e que o governo quer manter a bandeira brasileira da Varig no exterior, preservando as rotas internacionais.
- Estamos construindo essa solução e esperamos que com certa rapidez seja possível tranqüilizar a sociedade brasileira. A falência da Varig não serve a ninguém - disse o ministro.
Waldir Pires não adiantou se a proposta de recuperação terá o apoio do governo, mas afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falará opotunamente sobre o caso.
- O presidente Lula está ansioso e preocupado. Ele falará oportunamente - afirmou.
Na saída do encontro, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Sérgio Cavallieri, e o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio, que conduz o processo de recuperação judicial, disseram que a empresa é viável e que estão acompanhando a audiência na Corte de Nova York. Eles disseram estar seguros de que a Justiça americana não tomará nenhuma decisão que prejudique o plano de recuperação judicial da companhia.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também foi chamado para a reunião. Ao deixar o encontro, antes dos demais, Marinho disse que saiu mais confiante do que quando entrou.
- Saio mais confiante do que entrei. Estamos trabalhando para uma solução boa e para preservação dos empregos - disse Marinho.
O plano apresentado a Waldir Pires prevê a venda da empresa, que seria dividida em duas: uma parte boa, livre das dívidas do passado, que ficaria com os vôos domésticos; e outra, com as rotas internacionais e o passivo. A chamada Nova Varig seria leiloada a investidores interessados em manter a marca, as rotas, parte dos aviões e dos funcionários, e a carteira de clientes do programa Smiles.
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