O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pediu desculpas hoje pelas violências e crimes cometidos pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar (1964-1985).
O pedido de desculpas ocorreu durante ato público sobre os 50 anos do golpe militar realizado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em Brasília.
"O ministro da Justiça tem o dever de pedir desculpas pelo arbítrio, pelo abuso, e assegurar que a memória daqueles que foram ofendidos seja restaurada e resgatada", disse Cardozo.
"Durante muito tempo os ministros da Justiça diziam que não tinham nada a declarar e hoje o ministro da Justiça dizer em nome do Estado brasileiro, do povo brasileiro, que pede desculpas por aquilo que foi feito na época da ditadura, pelas mortes, pelas torturas, pelas famílias que choraram é algo que mostra um novo tempo, uma realidade democrática que nós temos hoje orgulho de ter conquistado", afirmou.
O ato chegou a ser interrompido durante alguns minutos por um manifestante favorável à ditadura militar, que disse discordar do ato e entregou um documento à OAB sobre o assunto. Apesar de o manifestante ter sido recebido com protestos, o presidente da OAB Marcus Vinícius Furtado Coêlho defendeu seu direito de falar.
Posteriormente, Cardozo comentou que "as pessoas têm liberdade de se expressar" na democracia. O ato ainda homenageou vítimas da ditadura e lembrou advogados que foram assassinados pelo regime.
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