O grampo telefônico que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizendo que as cortes brasileiras são acovardadas provocou reações no Judiciário. Durante a sessão da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na quinta-feira (17), o ministro João Otávio de Noronha fez uma defesa da instituição. “O ex-presidente, nas gravações reveladas por sua voz conhecida, dizia que o STJ estava acovardado. Com a devida vênia, não estamos acovardados. E nunca estivemos. E não estamos acovardados porque colocamos o dedo na ferida para investigar todos aqueles que se dispuseram a praticar atos ilícitos e criminosos”, disse.
O ministro também alfinetou o ex-presidente, fazendo menção aos benefícios que Lula teria recebido de grandes construtoras do Brasil. “Essa Casa não é uma Casa de covardes, é uma Casa de juízes íntegros, que não recebe doação de empreiteiras. Não se alinha a ditaduras da América do Sul, concedendo benefícios a ditadores e amigos políticos que estrangulam as liberdades.”
Noronha continuou o discurso: “É estarrecedora a ironia, o cinismo dos que cometem o delito e querem se esconder atrás de falsa alegada violação de direitos. Me envergonho de ter algumas lideranças políticas que o país tem. Jamais poderia me calar diante de uma acusação tão grave. Mostra a pretensão ditatorial, o caráter, a arrogância de quem pronunciou tais palavras.”
O ministro também fez uma defesa da atuação do juiz federal Sérgio Moro. Ao retirar o sigilo da operação, segundo Noronha, Moro contribui para desvelar “a podridão que está por trás do poder”. Advogados, servidores e os demais ministros aplaudiram o pronunciamento de Noronha.
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