O ministro Raimundo Carreiro, do Tribunal de Contas da União (TCU), pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso à delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa, homologada no tribunal na última semana. Carreiro alega ao Supremo que a imprensa noticiou ao longo do final de semana que o empreiteiro fez declarações que envolvem sua atuação na Corte de Contas e por isso quer acesso aos depoimentos.
O jornal O Estado de S. Paulo informou que Pessoa disse que o advogado Tiago Cedraz recebia pagamentos de R$ 50 mil mensais para repassar à UTC informações do Tribunal de Contas. Tiago Cedraz é filho do ministro do TCU Aroldo Cedraz e também teria sido contratado por R$ 1 milhão pela empreiteira para atuar em um caso que estava sob relatoria de Carreiro, relativo à Usina de Angra 3. A UTC integrava um consórcio interessado no contrato da usina e Carreiro votou pela continuidade do processo de licitação. O ministro alega ter agido “com todo o rigor técnico” que o caso exigia.
O pedido de acesso à delação foi encaminhado ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.
Zavascki também recebeu na noite de ontem uma nova solicitação de Tiago Cedraz com o mesmo pedido. Antes da homologação da delação de Pessoa, o advogado solicitou acesso aos trechos da investigação que mencionavam seu nome, mas teve pedido negado pelo ministro do STF. Agora, Cedraz argumenta que a “homologação do acordo, propalada pela imprensa, é circunstância que permite o acesso do conteúdo dos autos pela defesa”.
Ontem, os ministros da Comunicação Social, Edinho Silva, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) também pediram ao STF acesso ao conteúdo da delação.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano