O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, minimizou nesta segunda-feira (17) o risco de as construtoras envolvidas na Operação Lava Jato serem declaradas inidôneas pela Controladoria-Geral da União (CGU) - o que, na prática, proibiria as empresas de participarem de novas licitações de obras financiadas com recursos públicos. Segundo ele, as empresas não são iguais a seus executivos. "Eu acho que as empresas têm características diferentes das pessoas físicas", disse ao Broadcast, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real.
O ministro não respondeu, contudo, se o fato de presidentes e executivos das empresas Camargo Corrêa, Mendes Júnior, OAS e outras, terem sido presos pela Polícia Federal não seria motivo para torná-las inidôneas. Antes que o ministro esboçasse uma resposta, sua assessoria de imprensa o puxou pelo braço, argumentando que ele estava sendo chamado para compor a mesa de debates do seminário "Pacto pela Boa Governança: Um Retrato do Brasil", promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Pouco antes de sair, porém, o titular dos Transportes defendeu as empresas apontadas como participantes de um esquema de corrupção em obras da Petrobras para financiar partidos políticos - como PT, PP, PMDB, PSDB e PSB, conforme delações premiadas no âmbito da Lava Jato. "O País precisa das grandes empresas, que têm contribuído e têm realizado obras importantes nos mais diversos setores", afirmou.
Passos disse ainda não acreditar que as empreiteiras possam ser "atingidas" efetivamente pela operação da Polícia Federal. "Não estou imaginando o fato de que essas empresas possam ser atingidas", disse, sem concluir a frase, após ser interrompido, mais uma vez, por sua assessoria de imprensa.
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