O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes disse na noite desta sexta-feira, em São Paulo, que temeu ser morto pelos bandidos que o assaltaram na Linha Vermelha, no Rio. O ministro disse que a atual situação da violência no país "é quase um quadro de terrorismo", classificando a situação vivida por ele como "uma experiência terrível".
- Nunca tinha sido assaltado. Foi uma experiência terrível. Foi uma loteria invertida porque infelizmente nós ocupavamos os primeiros carros. E era isso que eles queriam, os veículos. Uma reação dos seguranças agravaria bastante a situação.
Ao responder se chegou a temer ser morto, o ministro do STF disse que sim.
- Tudo aconteceu em um minuto, não mais do que isso. E em um minuto tudo é possível. É possível que em um filme rápido eu tenha considerado essa possibilidade (ser morto). A ministra Ellen Gracie está tão mal ou bem quanto é possível nessas condições. Mas ela teve todos os pertences levados.
Para Gilmar Mendes, a questão da segurança precisa ser tratada com prioridade.
- Eu acho que o tema segurança pública não é só preocupante no Rio, mas uma questão que diz respeito ao Brasil. Esse tema precisa ser tratado como prioridade porque é a liberdade do cidadão que está sendo cerceada. O estado atual é quase que um quadro de terrorismo urbano. O crime organizado está atuando quase que livremente. Acredito que ao longo de muitos anos o governo se foi negligente com o tema segurança pública.
O ministro disse ter ficado impressionado com a reação das pessoas no momento do assalto.
- A impressão que dá é que há um certo descompasso. Que o crime está mais organizado do que as forças de repressão e age em um espaço mais ou menos livre. O que mais me impressionou foi perceber que as pessoas que estavam nos outros carros fizeram movimentos que demonstravam estarem acostumadas a esse tipo de cena: estavam em posição de cócoras, abaixadas com as mãos sob a cabeça, rendidas.
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