O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta sexta-feira (25) que o fatiamento da Operação Lava Jato não vai prejudicar as investigações do esquema de corrupção. Sem citar o juiz Sergio Moro, responsável pela operação, Cardozo afirmou que “não existe só um juiz bom” no Brasil. Após participar de um evento na Assembleia Legislativa de São Paulo, o ministro também rebateu a crítica de petistas que estariam pedindo sua saída do governo.
“Se o Supremo entendeu que há certos fatos que não são conexos que [o processo] vá para outras unidades [a Federação] investigarem e julgarem. Não existe só um juiz bom. Existem muitos juízes bons no Brasil. Não existe só um procurador da República bom. Não existe só um delegado da Polícia Federal bom. Existem vários”, afirmou Cardozo.
Na quarta-feira (23), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que fosse desmembrado parte da investigação da Lava-Jato que apura suspeita de corrupção em contrato da empresa de informática Consist com o Ministério do Planejamento. O inquérito envolve a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o ex-ministro Paulo Bernardo. Segundo Cardozo, há mecanismos para garantir que os processos que correrem fora de Curitiba sejam feitos de forma correta:
“Tenho certeza que para onde for qualquer segmento a ser investigado será feito com seriedade. Se alguém não agir com seriedade será recriminado duramente pelas suas próprias instituições”, afirmou.
Críticas petistas
Questionado sobre as críticas feitas pelo deputado Sibá Machado (PT-AC), líder do partido na Câmara, Cardozo disse que é “impossível ministro da Justiça ter um comportamento que seja unânime, especialmente em um período de turbulência”. Em reunião com outras lideranças na quarta-feira, o parlamentar teria defendido a saída do governo de Cardozo, Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Joaquim Levy (Fazenda).
- Nem sempre as pessoas entendem que o ministro da Justiça deve garantir autonomia de investigações. E que ele não pode dizer: ‘Investigue aquele’, ‘Não investigue o outro’. Alguns têm avaliação que eu não controlo a PF, como se devesse controlar investigações, outros acham que instrumentalizo PF para eventuais perseguições, o que também não faço.
Cardozo disse, ainda, que não se sente ameaçado no cargo “de forma nenhuma”. O ministro afirmou que fica no cargo enquanto a presidente Dilma Rousseff quiser e enquanto ele achar que pode contribuir.
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