As ligações entre a empreiteira Delta, a maior beneficiária de recursos do governo federal nos últimos três anos e o grupo de bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foram tratados com frieza pelo casal de ministros Gleisi Hoffmann (PT) e Paulo Bernardo (PT), ontem, em Curitiba. Eles participaram da votação do diretório municipal do PT para definir pela candidatura própria ou o apoio ao ex-deputado federal Gustavo Fruet (PDT) nas eleições municipais de 2012.
A ministra Chefe da Casa Civil desconversou quando questionada a respeito das suspeitas levantadas pela Polícia Federal. "Não estou acompanhando este assunto. O Congresso está preparando uma Comissão Parlamentar de inquérito (CPI) mista que acredito será o espaço ideal para discutir eventuais problemas deste processo", disse.
Já o atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que foi titular da pasta do planejamento entre 2005 e 2008, o período em que a Delta começou a se tornar a empresa campeã de recebimentos federais, disse que nunca percebeu nenhuma irregularidade nas relações entre o governo federal e a empreiteira.
"Essa empresa conseguiu contratos com o governo federal através de licitação. Assim como também toca obras em Goiás, em Brasília, no Tocantins, no Rio de Janeiro...", comparou. Para Bernardo, a verdadeira ligação entre a empresa e o grupo criminoso do bicheiro Cachoeira precisa ser esclarecida "para o bem do país".
Mesmo tendo sido contra a sua instalação, ele acredita que a CPI mista no Congresso pode ser o local apropriado para que as relações sejam investigadas. "Não sei se precisava de uma CPI, mas como assim foi decidido não tenho dúvidas que os dirigentes desta empresa serão convocados para dar os esclarecimentos".
Perguntado sobre a conexão cada vez mais próxima, de acordo com as investigações da Polícia Federal, entre Cachoeira e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiróz (PT), Bernardo preferiu pulverizar as suspeitas de irregularidades também entre a oposição.
"A imprensa está dando muito destaque ao Agnelo e esquecendo o governo de Goáis, Marconi Perillo (PSDB). Não podemos condenar ninguém por antecedência. Como vai haver CPI todo mundo vai ter oportunidade de se defender e se explicar", afirmou.
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