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A orientação da presidente Dilma Rousseff para que os ministros reforcem a comunicação de governo causou surpresa entre participantes da reunião ministerial e assessores do Palácio do Planalto, já que ela própria não dava declarações públicas há quase um mês. E nem todos estão satisfeitos em se expor na defesa do pacote de maldades em curso, que inclui aumento de impostos e redução de direitos trabalhistas, enquanto a própria presidente se mantém a maior parte do tempo reclusa. "Quer dizer que a gente fica de para-choque e ela não senta nem na direção?", comentou um ministro, após a reunião.

A fala de Dilma é uma resposta a uma antiga reivindicação do PT: dar mais visibilidade às ações da gestão dela e deixar os ministros falarem. O diagnóstico unânime no governo é de que é preciso melhorar não só a divulgação de obras e programas, mas também a comunicação interna. Mas auxiliares de Dilma ponderam que o governo é fechado em grande parte porque funciona à imagem e semelhança da presidente.

A presidente sempre detestou vazamentos de informações e proibia que ministros falassem quando bem quisessem. E, deixando claro que não pretende que as falas sejam feitas sem filtro, Dilma afirmou que não quer bate-boca público entre seus ministros.

Auxiliares de Dilma afirmam que esse recado teve endereço certo. Com a aproximação do Abril Vermelho, promovido todos os anos pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Planalto teme que os ministros Kátia Abreu (Agricultura) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário) sejam protagonistas de novo round. Logo que tomaram posse, no início deste mês, os dois trocaram farpas depois que Kátia afirmou que não há mais latifúndio no Brasil. "O governo tem de caminhar em parceria. Um com o outro e não um contra o outro", afirmou Dilma na reunião.

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