Míssil caseiro seria usado para libertar presos em Santo André

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O míssil de fabricação artesanal que explodiu na manhã desta quinta-feira num conjunto habitacional de Santo André, na Grande São Paulo, seria usado para o resgate de presos no Centro de Detenção Provisória (CDP), que fica a 100 metros dos prédios de apartamento. O impacto destruiu janelas de mais de 20 apartamentos do conjunto e sete carros foram atingidos.

A explosão causou pânico nos moradores e foi sentida no raio de 1,5 quilômetro do conjunto. Estilhaços chegaram a 300 metros do local.

- Parecia que o mundo estava acabando. Minha esposa estava no banho e desceu só de toalha! - disse o cozinheiro José Odair Pereira de Matos, de 30 anos, que teve seu Fusca ano 78 completamente destruído.

A explosão danificou a fachada de quatro prédios do conjunto. Vidros quebraram e janelas foram arrancadas. Moradores contaram que os prédios balançaram. Um homem contou que o sobrinho ainda dormia no sofá da sala quando ocorreu a explosão e foi jogado no chão.

René de Lima Freitas Ribeiro, de 28 anos, estava manuseando o artefato e teve a mão esquerda dilacerada pela explosão. Ele, que teve ainda um dos pulmões perfurados por estilhaços e queimaduras de 2º grau no rosto, no braço e no peito, foi atendido no PS de Santo André.

Pouco após a explosão, Ivan de Oliveira, de 19 anos, conhecido como "Nenezinho", foi preso em um prédio nas imediações do conjunto. Ele admitiu à polícia que a arma seria usada para um resgate, conduziu a polícia à prisão de mais dois suspeitos e identificou os outros membros do bando. Oliveira sofreu ferimentos leves no rosto e nas pernas.

Anderson Luiz Borges, de 19 anos, e Urubatan Fernando de Jesus, de 26, foram presos no final da tarde. Com exceção do suspeito que teve a mão dilacerada, os demais ficaram presos no 4º DP de Santo André.

Um homem disse que o sobrinho estava dormindo no sofá e foi jogado no chão pela explosão.

A polícia não informou tipo de artefato usado, nem qual a potência. A Defesa Civil chegou a interditar os prédios, mas eles foram liberados depois de verificado que não houve dado às estruturas.