Uma agenda apreendida com integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), que participaram da invasão ao Congresso, revela que R$ 83 mil teriam sido gastos para organizar a manifestação de quebra-quebra. De acordo com reportagem do "Jornal Hoje", a polícia afirma que a agenda pertencia ao líder do movimento, Bruno Maranhão. A verba seria usada para transporte, hospedagem, alimentação, água e até aluguel de um carro.
Segundo a reportagem, em uma das anotações, Maranhão pede que uma mulher identificada apenas como Raquel cobre do PT "os números do PT e o orçamento de passagens". Em telefonema para o MLST, uma funcionária informou que Raquel é secretária de Bruno Maranhão.
O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, disse, por sua vez, que o partido não faz doações para movimentos sociais e que o MLST não pediu dinheiro ao diretório nacional do partido para a manifestação em Brasília.
Os sem-terra presos durante os ataques ao Congresso já estão na casa de custódia do complexo penitenciário da Papuda. A Polícia Federal vai pedir ao juiz responsável pelo caso a libertação da maioria dos manifestantes detidos. De uma triagem feita inicialmente, a polícia concluiu que apenas 42 pessoas devem permanecer presas porque tiveram participação mais direta nos ataques.
A investigação sobre os distúrbios foi transferida para a Polícia Federal depois de uma intervenção do Ministério Publico Federal. Segundo procuradores que acompanham o caso, a segurança da Câmara não teria competência jurídica para determinar a prisão dos manifestantes. Para o delegado da Polícia Civil que auxiliou nos interrogatórios, Antonio Coelho, o impasse não pode provocar a libertação dos presos.
- Isso é uma desmoralização para o poder público - afirmou.
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