O juiz federal Sergio Moro fez uma crítica aos advogados da Operação Lava Jato nesta segunda-feira (1.º). Na sentença que condenou o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada a 12 anos de prisão, Moro afirmou que os defensores têm exercido “abuso do direito de defesa”.
Nas alegações finais do processo, a defesa de Zelada reclamou de cerceamento de defesa no processo – reclamação recorrente dos advogados da Lava Jato, que chegaram a publicar um manifesto contra a operação em jornais de grande circulação nacional. “O que ocorre neste caso e, infelizmente em alguns outros no âmbito da assim denominada Operação Lava Jato, é, com todo o respeito, abuso do direito de defesa”, rebateu o juiz federal.
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“Parte das Defesas, ao invés de discutir o mérito e esclarecer os fatos centrais do processo, como no presente caso [do ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada] os 11.586.109,66 euros sequestrados em contas não-declaradas no exterior e titularizadas por agente público, apresenta inúmeros requerimentos probatórios destinados a procrastinar o final da ação penal”, criticou Moro ao analisar as alegações da defesa de Zelada.
De acordo com Moro, “no processo ou fora dele, em manifestos ou entrevistas a jornais, [os advogados] reclamam da condução do processo, imaginando uma fantasiosa perseguição aos seus clientes, sem, porém, refutar as provas apresentadas pela Acusação”, reclamou o juiz.
Segundo o juiz, a defesa de Zelada não tentou discutir o mérito da acusação e adotou a estratégia de “esquecer” uma das provas de enriquecimento ilícito do ex-diretor – o sequestro de 11 milhões de euros em contas em Mônaco - e protelar o processo ou buscar formas de anular a operação.
Outro lado
O advogado de Zelada, Roberto Brzezinski Neto, não quis comentar a sentença de Moro antes de ter o conhecimento do teor da decisão.
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