O juiz federal Sergio Moro citou uma história bíblica nesta quarta-feira (20) para fundamentar sua decisão de não permitir que o ex-ministro José Dirceu e o executivo Gerson Almada acompanhem os interrogatórios dos demais réus no processo da Operação Pixuleco, 17.ª fase da Lava Jato. Os advogados pediram para que Dirceu e Almada assistissem as audiências alegando acesso à ampla defesa e ao contraditório, já que os colaboradores imputaram diversos crimes aos dois.
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“Ouvir em separado quem deve depor no processo é uma tradição que remonta à história bíblica de Suzana.”
Na decisão que indeferiu o pedido, Moro alegou que de acordo com Código de Processo Penal, tanto testemunhas quanto réus devem ser ouvidos separadamente no processo para “evitar a concertação fraudulenta entre as versões dos acusados entre si”.
O juiz também usou uma história bíblica para embasar a decisão. “Ouvir em separado quem deve depor no processo é uma tradição que remonta à história bíblica de Suzana”, explica o magistrado.
A história bíblica, que consta no livro de Daniel, capítulo 13, conta que uma mulher teria sido condenada à morte por causa de falso testemunho de dois rapazes, mas graças à Daniel, que resolveu ouvir as duas testemunhas em separado, Suzana foi salva do julgamento injusto.
Moro também alegou que não há cerceamento de defesa, já que os defensores dos réus podem acompanhar todas as oitivas e fazer as perguntas que acharem convenientes.
A audiência dessa quarta-feira (20) foi a primeira para oitiva dos réus da operação Pixuleco, 17.ª fase da Lava Jato. Foram ouvidos os operadores Milton e José Adolfo Pascowitch e o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco – todos colaboradores. Nesta sexta-feira (22), serão ouvidos o lobista Julio Camargo e os operadores Fernando e Olavo Hourneaux. As oitivas seguem até o dia 29 de janeiro.
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