A presidente da Associação de Vítimas do Palace 2, Rauliete Guedes, disse nesta segunda-feira (21) acreditar que, com a morte do empresário e ex-deputado federal Sérgio Naya, o processo de pagamento das indenizações as famílias que eram donas de apartamentos no edifício pode ser acelerado.
Naya, que foi encontrado morto em um hotel em Ilhéus na Bahia, era dono da Construtora Sersan, que ergueu o edifício Palace 2, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O imóvel desabou em 22 de fevereiro de 1998, provocando a morte de oito pessoas e deixando 120 famílias desabrigadas. O laudo técnico divulgado na época apontou erros de cálculo na construção do prédio e uso de material de construção de baixa qualidade como fatores que causaram a tragédia.
De acordo com Rauliete Guedes, que é advogada, a realização do inventário relativo aos bens de Naya pode trazer tona imóveis que até agora são desconhecidos.
Temos que ter esperança de ver essa situação tão angustiante chegar ao fim. Acho que a partir de agora as coisas podem andar mais rápido. Afinal, com o processo de inventário, quem sabe bens que pertenciam a ele, e nós nem sabíamos, acabem aparecendo?, disse a advogada.
Para ela, os herdeiros de Naya vão querer resolver logo a situação porque como os bens do empresário estão indisponíveis por decisão judicial. É bom para todo mundo que se pague o que é devido, e o restante poderá ser repassado aos herdeiros sem problemas pendentes, afirmou.
De acordo com Rauliete, até agora aproximadamente 40% das indenizações foram pagos, o que equivale a cerca de R$ 60 milhões. Das 120 famílias que perderam apartamentos com o desabamento apenas três continuam morando em um hotel no Rio. Segundo Rauliete, a maioria deu entrada para comprar outros imóveis, mudou-se para a casa de parentes ou alugou outros apartamentos.
Sérgio Naya respondia a mais de 100 processos judiciais. Entretanto, foi absolvido no processo que o responsabilizava pela morte dos oito moradores do Palace 2.
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