O lobista Fernando Soares, o Baiano, e o ex-diretor Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, foram denunciados na noite deste domingo pelo Ministério Público Federal (MPF) por suposta participação em esquema de pagamento de propinas dentro da estatal.
Segundo a denúncia, os dois teriam intermediado o pagamento de US$ 40 milhões em vantagens indevidas para agentes públicos. A denúncia foi baseada em informações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF).
Além de Baiano e Cerveró, também foram denunciados o executivo da Toyo Setal Julio Camargo e o doleiro Alberto Youssef. Os dois assinaram acordo de delação premiada com o MPF.
De acordo com o MPF, o lobista e o diretor intermediaram o pagamento de propinas para a facilitação da contratação de dois navios da empresa coreana Samsung Heavy Industries. A primeira negociação foi em 2006.
Os dois teriam recebido US$ 15 milhões de Camargo para que a Petrobras contratasse junto a Samsung um navio-sonda no valor de US$ 586 milhões, usado para a perfuração de poços em águas profundas na África.
Em 2007, teria ocorrido uma negociação similar envolvendo os mesmos personagens. Dessa vez, o valor da propina teria sido de US$ 25 milhões. O navio foi contratado por US$ 616 milhões e usado pela estatal na perfuração de poços no Golfo do México.
Ainda segundo a denúncia, parte desse dinheiro, US$ 3,1 milhões, teria sido lavado e remetido ao exterior de forma ilegal por Youssef.
Esta é a segunda diretoria da Petrobras alvo de denúncias do Ministério Público Federal no caso Lava Jato. Na última quinta-feira (11), cinco ações foram apresentadas, envolvendo a diretoria de Abastecimento da estatal na época, comandada por Paulo Roberto Costa. 36 pessoas foram denunciadas nessa etapa.
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