O outro lado
Vereador nega irregularidades
O vereador João Cláudio Derosso disse estar surpreso com a ação proposta pelo MP por dano ambiental envolvendo um empreendimento imobiliário de sua família. Por meio de sua assessoria, Derosso afirmou que toda a documentação solicitada pelo MP foi entregue e que pensava que a investigação já havia sido arquivada. Durante a apuração do MP, Derosso chegou a ser ouvido e disse que não havia qualquer irregularidade no empreendimento.
O empresário Ubiraita Antonio Dresch, um dos donos da Estilo Empreendimentos Imobiliários, disse que ainda não foi notificado sobre a ação do MP. Mas adiantou que tem licenciamento ambiental e autorização para a construção. Dresch confirmou que o rio que passava pelo loteamento foi canalizado, mas que isso só ocorreu porque havia autorização da antiga Suderhsa. "Existe o pedido de embargo, mas não há qualquer decisão neste sentido. Por iniciativa nossa, suspendemos a venda dos lotes", afirmou o empresário. (KK)
Conselho de Ética ouve hoje o tucano
O presidente da Câmara Municipal de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), será ouvido hoje, às 14 horas, pelo Conselho de Ética da Casa. A sessão será aberta no plenário da Casa. Todos os 38 vereadores terão direito a questionar Derosso, embora o conselho seja formado por apenas cinco membros titulares e cinco suplentes.
Denunciado por nepotismo, contratação irregular de servidores da Assembleia e de beneficiar a esposa em um contrato de publicidade, Derosso também será investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Divisão na CPI
O vereador Algaci Túlio (PMDB) informou ontem que deve encaminhar na segunda-feira uma proposta de divisão dos nove cargos da CPI, respeitando a proporcionalidade da Casa. Pela proposta, o PSDB que tem 14 vereadores teria três cadeiras na CPI. DEM, PT, PDT e PSB, que têm três vereadores cada, teriam direito a um membro por bancada. Já PV, PMDB, PPS e PP, que têm dois vereadores cada, dividiram as duas cadeiras restantes. PSC, PSL, PRP e PRB não teriam representantes.
Chico Marés
Acusado por supostas irregularidades no comando da Câmara de Curitiba, o presidente da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB), agora também é alvo de uma denúncia por desrespeitar a lei ambiental. O Ministério Público Estadual (MP) propôs à Justiça uma ação civil por dano à natureza contra Derosso pela canalização de um rio para viabilizar um empreendimento imobiliário de sua família na capital paranaense. O loteamento está avaliado em cerca de R$ 40 milhões.
O MP requereu liminarmente à Justiça a suspensão imediata das obras e da venda de lotes. Também requisitou que não seja feita qualquer intervenção no terreno. A Justiça ainda não se manifestou sobre os pedidos.
Na ação, protocolada em 1.º de julho e divulgada somente ontem, o promotor Sérgio Cordoni responsabiliza o presidente da Câmara e os demais proprietários do terreno: João Derosso e Terezinha Pietruza Derosso, pais do vereador; e a empresa Estilo Empreendimentos Imobiliários. O Instituto das Águas do Paraná, antiga Suderhsa, também foi incluído na ação porque, segundo o MP, autorizou a canalização do rio sem que tivesse autonomia para isso.
O promotor relata que os proprietários do terreno desmataram o local e canalizaram a nascente de um córrego para aproveitar melhor o terreno para loteamento. E que, até hoje, o empreendimento não está regularizado. "É inegável que a maximização de utilização do imóvel irá satisfazer interesses econômicos particulares de seus proprietários", diz um trecho da ação. Para o promotor, os responsáveis pela obra causaram danos ambientais, desrespeitando a lei ambiental, com o objetivo de aumentar o espaço útil do loteamento.
O loteamento residencial, batizado como Boulevard Club Condominium, fica no bairro Xaxim reduto eleitoral de Derosso. O empreendimento tem 175 lotes a um custo unitário de pelo menos R$ 230 mil.
O loteamento é dividido em três partes, segundo a ação do MP. Derosso é o que detém a maior faixa de terra. São pouco mais de 15 mil metros quadrados que pertencem aos pais do presidente da Câmara, outros 15 mil metros quadrados da empresa Estilo Empreendimentos e os outros 45 mil metros quadrados são do vereador.
O MP pretende embargar o empreendimento por danos ambientais. Entre os pedidos do MP à Justiça estão a recuperação do curso do rio canalizado, a demolição de construções feitas em área de preservação permanente e a recomposição da vegetação. A ação tramita na 1.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba. Antes de analisar o pedido do MP, o juiz Marcel Guimarães Rotoli de Macedo abriu espaço para contestação da família Derosso e da empresa.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink